Notas de Brasília, de 18 de março de 2021
Autor(a): Humberto Azevedo
A morte do major
Os poderes da República fecham a terceira semana de março em estado de choque devido ao falecimento do senador Major Olímpio (PSL-SP), que teve anunciada no final da tarde desta última quinta-feira, 18, a sua morte cerebral confirmada pelos médicos, que o assistiam nos últimos 15 dias, em sua luta para tentar enfrentar as causas graves do novo coronavírus (covid-19), que já matou no país 287.449 brasileiros.
O suplente
Eleito com quase dez milhões de votos dos paulistas para assumir um mandato no Senado da República até 31 de janeiro de 2.027, sua vaga naquela Casa legislativa será assumida pelo seu primeiro suplente, Alexandre Giodarno, também filiado ao PSL, que antes de assumir já coleciona um verdadeiro arsenal de problemas e acusações de enriquecimento ilícito.
Paraguai
Filho de uma vendedora ambulante de cachorro quente da capital paulista, o novo senador surge no cenário político após se envolver diretamente numa negociata que tinha como objetivo comprar a energia excedente, produzida pela Itaipu Binacional, pertencente ao Paraguai, uma operação proibida naquele país, e que quase resultou no impeachment do presidente paraguaio, Mário Abdo Benitez, em 2.019.
Fortuna
Giordano, como é conhecido, é acusado de fazer fortuna de maneira ilegal nas últimas duas décadas, desde que começou a prestar serviços de infraestrutura à prefeitura de São Paulo na então gestão da ex-prefeita petista Marta Suplicy, atualmente no MDB, e que continuou nas gestões seguintes do hoje senador José Serra (PSDB-SP) e do atual presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Na oportunidade, teria garantido a manutenção dos contratos graças ao apoio do então deputado federal José Anibal (PSDB-SP) e do atual prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB).
2º suplente
O 2º suplente do falecido senador Major Olímpio e que pode assumir a vaga, caso aconteça alguma imprevisibilidade ao empresário Giordano, é o atual ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, também filiado ao PSL.
Veto derrubado
Por falar em ciência e tecnologia, a semana do mundo político também impactou a possibilidade de recursos para a área. Isso por que a maioria dos parlamentares, deputados e senadores, derrubaram um veto do presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira, 17, que mantém intacto os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) e do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT), previstos para a ampliação e melhoria da rede de banda larga nas regiões rurais e que apresentem baixo índice de desenvolvimento humano, além do apoio ao fomento científico.
Cheque especial
Na terça-feira, 16, o Banco Central do Brasil (BCB), alarmado com os sucessivos aumentos da inflação, resolveu subir pela primeira vez, desde 2.015, a taxa de juros básicos do país que estava em 2% para 2,75%, ao ano. O aumento, que era previsível pelo mercado, impactará ainda mais os demais juros cobrados pelo setor bancário aos seus clientes, como aos que dispõem de cheque especial que pagarão mais caro o uso desta linha de crédito emergencial.
Indenização
Outro veto do presidente Jair Bolsonaro derrubado pelo Congresso Nacional é referente ao Projeto de Lei (PL), de autoria dos deputados Fernanda Melchiona (PSOL-RS) e Reginaldo Lopes (PT-MG), que garante uma indenização de R$ 50 mil para os dependentes dos profissionais de saúde, que faleceram, ou vierem a falecer, em virtude da contaminação do covid contraído durante seus expedientes nas unidades hospitalares. A indenização também será paga a todos os profissionais que estejam diretamente ligados aos serviços hospitalares como limpeza e motoristas de ambulância, e também aos profissionais que ficarem incapacitados em virtude da doença.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Alfenas Hoje