Postado em 25 de fevereiro de 2024

A irresponsabilidade e o velho golpismo inveterado

Autor(a): Humberto Azevedo

 A semana momesca em que a maior parte do país se desliga por quase completamente das suas atividades cotidianas e rotineiras, ou até mesmo em alguns casos em retiros familiares, espirituais dentre outras formas e modalidades - foi decisiva para alguns atores políticos.

Temeroso e com medo da dura aplicação da lei em marcha, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro - velho conhecido por falas irresponsáveis e por adotar ao longo de sua vida pública e ex-militar uma adesão às teses golpistas que de tempos em tempos se ressuscitam na vida brasileira, convocou um ato para o próximo dia 25 de fevereiro em defesa das suas causas golpistas onde curiosamente atacará instituições da República como o Supremo Tribunal Federal (STF) com a justificativa de que atua em defesa do processo democrático quando todos sabem o quanto ele e sua gênese querem é destruir o pouco que temos de democracia incipiente para implantar em seu lugar uma autocracia das mais sanguinolentas que já vivemos em alguns momentos da nossa história republicana.

Em resposta ao ato desesperado, circulou nas mídias e redes sociais que as torcidas organizadas - comandadas pela maior delas, Gaviões da Fiel - preparariam um desfile democrático e popular no mesmo local na qual o ex-presidente sonha em colocar milhares de seus seguidores fanáticos e politizados para mostrar a sua força política e social contra aquilo que ele chama equivocadamente de “ditadura do judiciário”. Mas passado o carnaval, a tal informação foi desmentida pelos dirigentes das organizadas clubísticas - que também são entidades carnavalescas (onde, inclusive, surge a maior parte de suas receitas financeiras) e filantrópicas que prestam bons serviços de assistência social, artística, cultural, educativa, de saúde e recreativa as populações mais carentes que vivem nas maiores regiões metropolitanas e conglomerados urbanos do país.

Com a elucidação das falsas informações que já começavam a circular em resposta ao tal ato desconjuntado convocado por um defunto político, inelegível, menos mal! Pelo menos saberemos que não haverá confronto entre torcedores, que foram fundamentais na dissipação da propagação das ideias golpistas assim que o segundo turno das eleições de 2022 se encerrou - quando amalucados seguidores do então presidente da República começaram a promover trancamentos de ruas, avenidas e rodovias pelo país alegando uma suposta fraude eleitoral que nunca existiu e nunca se provou.

Assim, se confirmado a realização de tal ato no dia 25 de fevereiro - que será custeado pela igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo de propriedade do pastor pentecostal e neopentecostal Silas Malafaia, saberemos que Bolsonaro estará se enrolando na própria corda esticada por ele. Pois, caso venha fazer novos ataques infundados e sem provas ao nosso sistema eleitoral, a nossa democracia, as instituições republicanas, sem o salvo-conduto do foro privilegiado - pela primeira vez em mais de 35 anos de sua vida pública, o ex-presidente poderá sair do palanque que planeja para afagar seu ego diretamente para alguma unidade prisional. Talvez, seja isso que o ex-presidente Jair Bolsonaro esteja procurando. Tentando se colocar como mártir, que não é, para sua trupe de seguidores que acreditam e propagam imensas mentiras e crendices despropositadas pelas redes aos quais fazem parte graças aos milhões de aparelhos de telefones celulares conectados em aplicativos de mensagens como o whatsapp e o telegram.

De qualquer forma, 25 de fevereiro próximo entrará para a história do Brasil. Seja como a data em que Bolsonaro refugou de realizar tal evento, ou, seja, se ao realizar viu sua vida jurídica se complicar mais ainda. Ou também seja levando milhares à rua, ou apenas alguns bocados de seguidores fanáticos lobotomizados. O ex-presidente está cada vez mais próximo do seu juízo final. Que a justiça seja feita!



** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Alfenas Hoje

Humberto Azevedo
Jornalista e consultor político
Humberto Azevedo é jornalista profissional, repórter free lancer, consultor político, pedagogo com especialização em docência do ensino superior, além de professor universitário, em Brasília (DF).



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