Postado em 1 de fevereiro de 2021

A base obscurantista

Autor(a): Humberto Azevedo

A terceira semana de 2.021 vai se encerrando. E com ela, a descoberta que se não houver pressão popular, sobretudo, dos setores médios da sociedade, o impedimento da ignorância que vem nos desgovernando, desde janeiro de 2.019, não acontecerá. O segundo ano em meio a pandemia da doença, que já matou mais de dois milhões de seres humanos em todo o mundo e mais de 214 mil brasileiros, vai se iniciando com demonstrações claras e evidentes de que os agentes eleitos em 2.018 para ocupar o Poder Executivo federal até 2.022 não vão aceitar, com risco de pegarem em armas, uma tentativa de retirá-los dos cargos, por mais incompetentes e irresponsáveis possam ser.

E a aposta nisso se dá na uniformidade da manutenção do discurso extremista e radical que fazem para manter acesa a chama da militância de apoiadores ignorantes que lhe dão sustentação para continuarem promovendo absurdos e mais absurdos em todas as áreas, que compõem este mosaico chamado de terra brazilis. O que temos a frente da máquina pública federal não é um desgoverno, e, sim, uma iniciativa torpe de destruir tudo que às duras penas foram construídas ao longo dos últimos 90 anos, a partir da Revolução Liberal de 1.930, que deu início a modernização do país. Os que hoje ocupam postos no governo federal tem como objetivo único devolver, segundo eles, a nação à sua “verdadeira vocação” de país agrário.

E para isso não abrirão um centímetro de suas convicções. Provavelmente, muito provavelmente, o Brasil, se é que continuará existindo enquanto nação única, depois de todo o estrago e destruição que o atual desgoverno, eleito por mais de 57 milhões de brasileiros e brasileiras, levados e conduzidos pela cegueira, idiotia e ódio, será tamanha, que a reconstrução sob os escombros merecerá esforços só utilizados em épocas de pós-guerra para poder se reiniciar um projeto autônomo e independente de país.

Os brasileiros e brasileiras, se é que continuarão serem denominados assim, terão como desafio, no pós-regime autoritário do atraso que vivemos, superar os momentos parecidos e semelhantes ao que alemães, italianos e japoneses viveram quando viram suas nações serem derrotadas no final da segunda grande guerra.

A destruição do Brasil que conhecemos é latente. Para destruir nossos vícios, que tanto emperram nosso desenvolvimento, a atual ação governamental destrói também as virtudes, que nos faziam sermos conhecidos mundialmente. Na busca da formação de um novo brasileiro, o projeto de destruição a tudo que possuímos, em voga, esquece que o novo só existe a partir das vivências dos velhos. O contrário disso é terra arrasada, é a extinção dos velhos costumes, bons e maus, em troca de algo que não existe.

E para continuarem avançando com essa marcha insana, os incompetentes e irresponsáveis que nos desgovernam, não abandonarão suas rasas convicções de machistas, misóginos e racistas, que são louvadas em antros religiosos e, em praças e vias públicas, por fundamentalistas, que apesar de sempre existirem, estavam devidamente controlados, até a fatídica marcha da insensatez ocorrida nas jornadas anticívicas de maio e junho de 2.013. Para evitar a hecatombe que se avizinha, apenas a interrupção deste desgoverno pode barrar o cenário de miséria e pobreza, que a atual União, assaltada pelos golpistas de 2.016, vem promovendo.

E para que isso aconteça apenas a união dos setores mais diferentes e divergentes da sociedade será capaz de fazer. Sem a ação do coletivo, caminharemos a passos largos para a dissolução pátria.



** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Alfenas Hoje

Humberto Azevedo
Jornalista e consultor político
Humberto Azevedo é jornalista profissional, repórter free lancer, consultor político, pedagogo com especialização em docência do ensino superior, além de professor universitário, em Brasília (DF).



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