Sobre as Grandes Virtudes!...
Autor(a): Roberto Camilo Órfão Morais
No fim de ano, costumo ler ou reler livros, textos que tratam sobre a pertinência das virtudes em nossa existência. Considero a atmosfera natalina e de ano novo, propícia para a reflexão que vise o bem fluir da vida. Para diferentes pensadores a virtude é uma força que constitui o valor do próprio ser. Na tradição inaugurada por Aristóteles, a virtude é uma disposição adquirida de fazer o bem, em espírito e em verdade, o criar permanente de valores aplicados à própria vida.
A vida consiste em um esforço constante em nos reinventarmos, a cada nova experiência, nova realidade e, as virtudes, são de importância vital nesse processo de renovação. Apresento assim, de forma sintetizada, algumas virtudes que considero fundantes e norteadoras:
A primeira virtude é a Paciência, a arte de saber suportar os desafios; ao mesmo tempo, saber lidar e cuidar das pessoas. É a capacidade de deixar maturar, de dar o tempo que aquilo precisa para acontecer. Mais não podemos confundi-la com lerdeza, que é passividade, incapacidade de enfrentar o que tem que ser enfrentado.
A segunda é a Prudência, aplicação dos princípios aos fatos, isto é, do geral ao particular, uma virtude operativa e dinâmica. Para os antigos Gregos (phronésis) e Romanos (prudentia) consistia no que era necessário escolher ou evitar. A defesa de um princípio, pode levar a um flagelo caso ocorra ausência da Prudência, pois ela é exatamente a justa medida, é a sapiência em aplicar princípios em nossas vidas.
A terceira é a Simplicidade, modo de ser e agir, que tem por essência a espontaneidade. O caminhar sereno e leve de amor, onde podemos dizer sim e amém às belezas da Vida! É a graça dos Santos, como demonstra São Francisco de Assis, ao vivenciar no século XIII de forma intuitiva o que atualmente a mais refinada ciência apresenta, ou seja, todo o universo está interligado, somos todos irmãos e irmãs, no suave e belo “Canto das Criaturas”!
O quarto é o Humor, que leva, um pouco de frescor, aos percalços e à miséria do mundo. Não ter humor é, não ter lucidez é, não ter leveza no viver. No campo da Teologia muitos afirmam que, o humor é a expressão da inteligência humana que mais se aproxima de Deus. Segundo o Papa Francisco, o “senso de humor”, é uma Graça a ser pedida todos os dias.
A quinta é a Gratidão, a mais agradável das virtudes, pois é o sentimento de prazer, pelos obstáculos vencidos. Gratidão é o inverso do arrependimento, é a alegria com o que passou ou com o que é. Compreender nossa história de vida, nos acertos e erros e, reconciliar com presente.
Muitas outras virtudes pertinentes, devem ser lembradas, porém nenhuma delas pode prescindir da ‘Misericórdia’. A virtude do perdão, a que não admite o compartilhar do rancor e da maldade. A Misericórdia não pactua com a impunidade, mas estabelece a verdadeira Justiça, sem permitir que se torne crueldade. É a soberania divina do Pai Eterno e amoroso, em sua opção pela vida, ao nos abraçar e abençoar a cada ano que passa e começa.
* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Alfenas Hoje