Postado em sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
às 17:05
Servidores aprovam indicativo de greve e querem reajuste imediato
Reposição salarial imediata, referente aos dois últimos anos, é um dos itens da pauta de reivindicações.
Alessandro Emergente
Os servidores públicos municipais de Alfenas, puxados pelos profissionais de educação, reivindicam recomposição por perdas salariais dos dois últimos anos. A reivindicação pelo reajuste integral de 2020 e 2021 faz parte da pauta aprovada em assembleia da categoria na noite de quinta-feira, quando foi aprovado o indicativo de greve.
A recomposição salarial deve seguir o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial do país para medir a inflação. No acumulado de 2021, a inflação foi de 10,04% e, no anterior, foi de 4,52%, totalizando 14,56% de perdas nesse período. Porém, os professores da rede pública municipal estão com o piso salarial abaixo do piso nacional e, por isso, apontam a necessidade de ganho real no salário base.
No decorrer desta semana, a Prefeitura de Alfenas encaminhou uma nota ao Alfenas Hoje na qual aponta uma proposta de concessão de 10,06% de reajuste salarial. Com isso, contemplaria apenas as perdas salariais de 2021, ficando para trás as perdas de 2020. Para resistir a concessão do reajuste de 2020, o governo apoia-se na Lei Complementar 173/2020, que instituiu um regime fiscal provisório e vedava reajustes até dezembro do ano passado.
Assembleia geral
A assembleia geral dos servidores foi realizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alfenas (Sempre/Alfenas), que representa todo o funcionalismo municipal. Porém, o movimento vem sendo puxado por profissionais da área da Educação, que participaram da votação. Oficialmente, o direito de adesão se estende a todas as categorias.
O indicativo de greve foi aprovado por decisão unânime e é uma etapa que antecede uma eventual greve. O Sindicato deve encaminhar ao governo o ofício com a decisão da assembleia para tentar uma nova rodada de negociação. Na próxima quinta-feira já está agendada uma nova assembleia.
Além da recomposição
Além do reajuste salarial, a pauta de reivindicações apresenta uma série de itens, como a adequação do plano de cargos de carreiras dos servidores e incorporação das ADHs (Auxiliares de Desenvolvimento Humano) no plano da Educação. Também querem uma data-base para reajuste, definida em acordo coletivo.
Um outro item da pauta de reivindicações é o aumento do vale-alimentação, dos atuais R$ 30, para R$ 500 por mês. O governo havia apresentado uma proposta de elevação desse benefício para R$ 100, o que só aconteceria em 2024. Nesse período haveria um aumento gradual: R$ 50 em março e R$ 75 no ano que vem.
O piso salarial dos professores é outra reivindicação. Nesta sexta-feira, o governo federal oficializou o reajuste de 33,24%, passando de R$ 2.886,24 para R$ 3.845,63 para uma jornada de 40 horas. Um reajuste dependeria de um projeto de lei a ser enviado à Câmara Municipal.
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