Postado em quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022 às 18:06

Assembleia de servidores é suspensa sem votação de greve

Diversos servidores protestaram em frente a Prefeitura de Alfenas e depois seguiram para assembleia geral.


 Alessandro Emergente

A assembleia geral dos servidores públicos da rede municipal de Alfenas, que deliberaria sobre a possibilidade de uma greve, terminou sem a votação de uma possível paralisação. Os servidores, puxados por profissionais da educação, fizeram um dia de paralisação e protestaram em frente a Prefeitura de Alfenas no decorrer da tarde, antecedendo a assembleia agendada para o início da noite. 

Em frente a Prefeitura, os servidores exibiram cartazes de protesto e tentaram ser recebidos pelo prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT), que não estava no gabinete. Os grevistas estavam acompanhados da direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alfenas (Sempre/Alfenas) e de representantes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). 

Com cartazes e carros de som, servidores municipais realizaram protesto em frente a Prefeitura de Alfenas (Fotos: Alessandro Emergente)


Consultada na tarde de quarta-feira, a direção do Sempre/Alfenas não soube precisar os números em relação a adesão à paralisação. Porém, houve reclamações de remanejamento de pessoal de outras funções e turnos nas escolas para que fossem mantidos os dias de aula. Caso esse remanejamento seja confirmado pode ser caracterizado como prática antissindical, segundo os representantes da CTB. A situação será analisada pelo setor jurídico do Sempre/Alfenas.

Proposta de reajuste

Na assembleia seria deliberado sobre a proposta do governo de conceder 12% de reajuste em maio, data-base dos servidores públicos da rede municipal, e outros 7% parcelados (3,5% em 2023 e 3,5% em 2024). As perdas salariais chegam a 19,2% nos períodos de 2019 a 2021, segundo dados do IPCA (Imposto Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Segundo a coordenadora-geral do Sempre/Alfenas, Valéria Aparecida Fernandes, o movimento chegou a propor uma recomposição de 15% imediato, 3% a mais do que o oferecido pelo governo, e outros 4% parcelados. Segundo ela, os professores aceitariam negociar a equiparação do piso da categoria ao piso nacional dentro de um cronograma. 

A coordenadora geral do Sempre/Alfenas e representantes da CTB durante o ato em frente a Prefeitura de Alfenas (Fotos: Alessandro Emergente)


No entanto, o prefeito de Alfenas disse que o reajuste oferecido está no limite do que a administração municipal pode fazer. Alega um acréscimo de R$ 16,3 milhões anuais na folha de pagamento só com o reajuste de 12%. Em 2021, as despesas com pessoal ficaram em R$ 135,6 milhões e devem chegar a R$ 151,9 milhões com a recomposição salarial, segundo projeção do governo. A recomposição salarial atinge todo o funcionalismo e não somente a área da educação. “Já está além do possível”, disse Luizinho.

No Ginásio Poliesportivo

Após a manifestação em frente à Prefeitura, os servidores seguiram até o Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves, local onde estava agendada a assembleia geral dos servidores. Havia a possibilidade de deliberação por uma greve.

Porém, um grande número de servidores, contrários à paralisação, foram ao Ginásio Poliesportivo para votação. “Mais de 1.000 servidores foram à assembleia - quase metade ficou do lado de fora – (para) defender nossas propostas, porque são as melhores para os funcionários. Lamentável a manobra de cancelar uma assembleia no seu curso normal. Antidemocrático. De um lado os contra e a maioria esmagadora, à favor”, postou o prefeito nas redes sociais ao criticar a decisão do Sindicato (Confira após o texto).

A reportagem tentou contato com a coordenadora-geral do Sempre/Alfenas para comentar sobre a suspensão da assembleia na noite de quarta-feira. Porém, não houve retorno até a publicação desta matéria jornalística. A redação do Alfenas Hoje está à disposição caso a direção do Sempre/Alfenas queira comentar o assunto. 



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