Furtos e roubos geram sensação de insegurança em Alfenas

 Entre os anos de 2015 a 2019 os principais crimes na cidade foram de furtos e roubos. Foram mais de 92% desses tipos de delito nas ocorrências registradas que afetam tanto os comércios quanto os cidadãos. A análise foi feita pelo projeto de extensão “A Imaginação Sociológica e o Sul de Minas”, do curso de Ciências Sociais da Unifal (Universidade Federal de Alfenas).

Os dados estão no Diagnóstico Municipal de Segurança Cidadã do Município que tem como objetivo trazer informações e análises sobre os municípios, que estão inclusos na construção do Plano Municipal de Prevenção à Criminalidade, um projeto criado pelo Governo do Estado de Minas Gerais, com envolvimento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP) e da Secretaria de Planejamento e Gestão (SUPEC) em conjunto as administrações municipais.

>>Por que sentimos insegurança o tempo todo? Confira a análise

A análise foi elaborada por meio da distribuição de bairros, sendo o centro da cidade o local com maior índice de roubo, atingindo principalmente os comércios, pela aglomeração de lojas, mas também pela concentração de um grande número de pessoas, inclusive de municípios vizinhos.

Passando a maior parte do tempo concentrados em centros com uma grande circulação de pessoas, ou seja, um ambiente que também se caracteriza como espaço público. O centro é o local onde se concentram muitas lojas, bancos e supermercados. Também é o ambiente de maior número de furtos e roubos.

Com isso, ambientes e espaços públicos se tornam ambientes perigosos, já que é onde circulam maior número de pessoas que você não conhece, a estranheza. Os lugares públicos não tem um filtro das pessoas que ali circulam, por isso, também se tem essa ideia de insegurança nestes ambientes.

Mesmo em espaços privados que têm um filtro das pessoas que ali podem entrar e circular que acabam optando por uma segurança privada, também ocorrem furtos e roubos em Alfenas como os comércios.

Crimes violentos

Em relação aos crimes violentos (estupro, sequestro, roubos, extorsão e homicídio) entre 2015 e 2019, houve uma redução de 74%, passando de 732 em 2015 para 189 em 2019. No estado de Minas Gerais a redução foi menor: 56%. Mesmo assim, a sensação de insegurança em Alfenas parece ter aumentado.

A insegurança está ligada a um sentimento de desamparo, sensação de não estar protegido ou até mesmo seguro. Mas também tem relação com a falta de segurança de si próprio.

Há levantamentos do Numbeo, baseado nas colaborações de visitantes de suas páginas que alimentam os bancos de dados, por meio de informações sobre suas vidas, que denotam a sensação insegurança. Uma dessas sensações é a de se andar pela cidade. Mesmo que nem todos façam tal atividade, apenas 22% afirmaram estarem seguros em andar sozinhos pala cidade durante o dia, e poucos mais de 6% à noite.

Fonte: Numbeo

Na contramão da possibilidade de utilizar a cidade como espaço público e, logo, como exercício da cidadania, as principais preocupações com a segurança atestam como há um clima, uma sensação extrema de insegurança na percepção dos cidadãos.

Medo de ter casa furtada ou roubada, de ser assaltado e de algum tipo de vandalismo ou roubo são indicações de mais de 90% da população.

Isso evidencia que os locais e espaços públicos tiveram uma mudança significativa ao longo do tempo. O centro da cidade é o local onde ocorrem mais criminalidade, lugar ao qual seria para se ter contado entre os indivíduos acabaram se tornando ambientes onde se permanece por pouco tempo, locais que trazem insegurança e desconfiança, acabam os indivíduos permanecendo por pouco minutos ali.

Nos bairros, há um sentido de identidade relacionado à vivência cotidiana. Os indivíduos compartilham os mesmos propósitos, estão ali e sofrem os mesmos problemas. Se organizam em comunidade, pois vivem as mesmas situações, seguem quase que as mesmas condutas, valores, desejos e dificuldades.

Essas vivências que ocorrem em grupos demonstram como é importante se pensar sobre o coletivo do local, descartar a individualidade e se encontrar em um todo que se sabe e vive do mesmo que você passa.

Nesse link [CLIQUE AQUI] está a maior base de dados colaborativa sobre cidades e países, com informações sobre condições de vida, custo de vida, indicadores de habitação, saúde, trânsito, crime e poluição. 

Não só políticas públicas de medidas represálias, é essencial criar políticas públicas que atuem diretamente nas raízes dos problemas, como investir em educação, cultura, lazer, saneamento básico, é também sobre um olhar crítico de que como os indivíduos se relacionam com os ambientes públicos, de como esses ambientes se tornaram apenas passagens vazias, de momentos, sem significação. Esse tem sido um dos principais objetivos do Plano Municipal de Prevenção à Criminalidade.