Vida Viva reinaugura e “batiza” posto de coleta de leite humano

Da Redação

A Associação Vida Viva de Alfenas promoveu, no último dia 14, a reinauguração do Posto de Coleta de Leite Humano, que funciona, há cinco anos, na sede da entidade, na Rua João Paulino Damasceno (n° 1.193), no bairro Santa Rita. O Posto de Coleta de Leite Humano Michelle de Sousa Cassette, nome dado ao serviço, é uma homenagem à mulher que inspirou sua fundação.

De acordo com Lucilane Guimarães, presidente voluntária da Associação Vida Viva, em 2010, quando ela estava internada para ter sua filha, ouviu o choro de um bebê que havia perdido a mãe durante o parto. “Durante a madrugada, ouvindo aquele choro, me apertava o coração, porque, ao amamentar minha filha, imaginava que o bebê chorava por estar com fome e sentindo falta da mãe”, conta.

Lucilane relatou o caso ao fundador do Vida Viva Alfenas, Mério Rodrigues Alves, falecido em 2013. Na época, Mério assumiu como meta criar um posto de coleta de leite na associação para substituir as fórmulas dadas as crianças que perdiam a mãe. “Até porque a nossa missão é combater o câncer e, como está comprovado, a amamentação é uma proteção natural contra o câncer de mama”, explica a presidente da ONG. 

Ao assumir a presidência voluntária da Vida Viva, em 2020, Lucilane decidiu mobilizar a equipe da entidade para identificar e localizar as personagens que inspiraram a criação do serviço. A criança, relatada por Lucilane, era Ludmyla, que, agora com 10 anos de idade, mora com o pai na cidade de Juiz de Fora. Para representar a família de Michelle, compareceram à cerimônia de reinauguração sua mãe, Maria da Penha Sousa Ferreira, e duas irmãs.

O evento, em função da pandemia de covid-19, contou com um limitado grupo de convidados, todos usando máscaras e com medidas especiais de distanciamento e higienização.

Leite coletado ajuda a salvar bebês alfenenses

Ao longo de seus cinco anos de existência, o Posto de Coleta de Leite Humano da Vida Viva Alfenas já ajudou a salvar dezenas de bebês internados na UTI Neonatal do Hospital Santa Casa, além de outros hospitais públicos da região.

O processo começa quando uma mãe decide doar seu leite excedente e é cadastrada no Posto a partir da avaliação de seus exames pré-natais e de seu histórico médico. Uma vez confirmado que a condição da doadora é adequada, ela recebe orientações e um kit para coleta, composto por uma bombinha manual que auxilia na extração do leite, potes de vidro para armazenagem, toucas, máscara e um manual com detalhes sobre o processo.

A doadora, então, armazena o leite coletado no congelador de casa e, semanalmente, o entrega à equipe de coleta da Vida Viva.

Depois, todos os potes de leite coletado, seguindo protocolos rígidos de segurança e conservação, são encaminhados ao banco regional de leite, em Varginha, que realiza os processos de análise e pasteurização, entre outros. Parte do leite já beneficiado volta para Alfenas e é utilizado para alimentar bebês internados na UTI Neonatal da Santa Casa.

A enfermeira Kênia Maciel Campos de Souza, que é gerente de equipe de saúde da Vida Viva Alfenas, explica que a média mensal de doações é de 30 litros de leite, mas seriam necessários muitos mais. “Não temos como determinar exatamente uma quantidade ideal, pois a demanda varia bastante, conforme a quantidade de bebês internados e suas necessidades nutricionais específicas, mas é fato que esperamos dobrar nossa média, ainda em 2020, para que caminhemos em direção ao objetivo de não permitir que uma só criança fique sem o leite enquanto estiver na UTI Neonatal”, disse.

Mais informações sobre o Posto de Coleta de Leite Humano e sobre os demais programas assistenciais da Vida Viva Alfenas em benefício de pessoas com câncer podem ser obtidas pelo tel.: (35) 3292-5088.