Postado em segunda-feira, 1 de outubro de 2018
às 09:30
Recordista, Formiga exalta Marta e diz: "Eu gostaria que o país abraçasse o futebol feminino"
Recordista de jogos pela seleção brasileira de futebol feminino e única atleta a ter participado de seis edições dos Jogos Olímpicos exalta melhor jogadora do mundo...
Recordista de jogos pela seleção brasileira de futebol feminino e única atleta a ter participado de seis edições dos Jogos Olímpicos, a experiente Formiga destacou o feito da amiga Marta, que na última segunda-feira foi eleita a melhor jogadora do mundo pela sexta vez.
Marta se tornou a maior vencedora do prêmio da Fifa entre homens e mulheres, superando as cinco conquistas de Messi e Cristiano Ronaldo. Aos 40 anos, Formiga está atuando no Paris Saint-Germain e, ao mandar uma mensagem descontraída de parabéns, demonstrou confiança que Marta pode até ganhar o troféu pela sétima vez no futuro.
- Estou passando aqui para te parabenizar. Mais um, e eu acredito que dá para correr atrás de outro ainda. Para realmente afastar qualquer possibilidade futuramente, anos-luz, que alguém possa encostar em você. Mas na verdade o presente também quem ganha é o futebol feminino, principalmente por você ser mulher e passar grandes jogadores. Parabéns, garotinha - disse Formiga, a Miraildes Maciel Mota.
Sissi com Marta, Formiga e Pombo, analista de desempenho — Foto: facebook
Além de brilhar nos gramados brasileiros, Formiga também já defendeu equipes dos Estados Unidos (New Jersey Wildcats, Jersey Sky Blue, FC Gold Pride e Chicago Red Stars) e da Suécia (Rosengard). Jogando na França desde 2017, ela citou a boa estrutura do futebol feminino nos países do exterior em que atuou e lamentou a falta de apoio ao esporte no Brasil.
- O PSG dá totais condições para a gente, não tem uma diferença tão enorme como lá no Brasil, que a gente sabe muito bem a dificuldade que é. São países que realmente apoiam e gostam do futebol feminino, diferentemente do nosso país. Infelizmente, mulher no nosso país às vezes não tem chance alguma de demonstrar o seu talento, e aqui eles têm esse respeito, eles incentivam o futebol feminino. Nos Estados Unidos as meninas já vêm jogando desde criança, na escola. Na Suécia são poucas as estrangeiras jogando, é uma coisa mais deles. E aqui na França é uma coisa mais aberta, eles realmente contratam meninas de fora e dão essa oportunidade, porque eles acreditam no futebol. Quem dera se meu país agisse dessa maneira.
Formiga e Marta nos Jogos do Rio — Foto: Reuters
Formiga tinha encerrado a carreira na seleção brasileira após o Torneio de Manaus, em dezembro de 2016, mas voltou a jogar pela equipe nacional na Copa América em abril deste ano, no Chile. Ainda sem saber quando vai se aposentar de vez dos gramados, ela já faz planos para no futuro ajudar o futebol feminino fora do campo, mesmo sabendo das dificuldades.
- Eu tinha em mente logo após a Olimpíada de fazer o curso da CBF para ser treinadora, mas pensei três vezes na dificuldade que tem a mulher no Brasil, o espaço para ser treinadora. Então já estou com um pé atrás, mas sei que se eu fizer vai ser bom. Talvez eu não trabalhe diretamente só com o feminino, pode ser com o masculino também. Mas eu gostaria muito que o país realmente abraçasse o futebol feminino, dar o espaço para a mulher trabalhar. Não adianta só você ter cursos e cursos e não ter onde poder trabalhar e pôr a sua experiência. De alguma forma, com certeza eu pretendo ajudar o futebol feminino no país - afirmou.
Aos 40 anos de idade, Formiga tem fôlego de sobra para continuar se destacando como atleta. Na última quinta-feira, ela foi titular na vitória do PSG sobre o Sankt Polten, da Áustria, por 2 a 0 em Paris, resultado que classificou a equipe francesa para as oitavas-de-final da Champions League feminina. Feliz com o momento, Formiga admite que ainda não tem uma data para pendurar as chuteiras.
- Está difícil. Quando eu penso em parar, a vontade é demais, não tem como. Quando a gente faz por amor, é difícil pensar em parar.
Fonte:GloboEsporte