Postado em segunda-feira, 13 de julho de 2015 às 08:59

Armadilha para combater a broca do café é alternativa ao uso de agrotóxico

Trabalho desenvolvido pela Emater-MG, em Muriaé, na Zona da Mata, é ideal para pequenos produtores


Do Portal do Agronegócio
 
Uma praga que provoca perdas consideráveis nas lavouras cafeeiras pode ser controlada sem o uso de agrotóxicos. É o que mostra uma experiência implantada pela Emater-MG, no município de Muriaé, na Zona da Mata, para combater a broca do café. O trabalho desenvolvido na Fazenda Santa Rosa consistiu em adaptar para as características da região o protótipo de uma armadilha desenvolvida pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) para atrair com uma isca o besouro (hypothenemus hampei), que causa o problema. A larva desse besouro se alimenta dos frutos do cafeeiro, danificando ou mesmo destruindo totalmente os grãos.
 
O experimento, testado em uma unidade demonstrativa na propriedade de um cafeicultor familiar, conseguiu reduzir em 80% o nível de infestação do inseto em um cafezal de um hectare, com o uso de armadilhas feitas de garrafas pet. A iniciativa permitiu observar e comparar com outra lavoura, na mesma fazenda, onde não foram adotadas as armadilhas. “Na lavoura que não teve esse controle, o ataque da broca chegou a 2,5% dos frutos. Na lavoura com tratamento com a isca alimentar, o ataque da broca foi de 0,5%”, explica o engenheiro agrônomo, Robério de Oliveira Torres, da Emater-MG de Muriaé.
 
O resultado da iniciativa foi considerado excelente pelo agrônomo, sendo compartilhado com cafeicultores da região. “Os benefícios com a utilização dessa armadilha são valiosos: proteção do cafezal, proteção à saúde dos agricultores e consumidores e do meio ambiente, pois não deixa resíduos que coloquem em risco animais e lençol freático. Além disso, não podemos esquecer a parte econômica dessa tecnologia, pois o ataque da broca diminui, o que freia a queda dos frutos, que ganha mais peso e melhora a qualidade da bebida do café. O custo também é menor, cerca de R$ 80 por hectare ao ano”, garante.
 
A armadilha
 
O técnico Robério de Oliveira explica que a armadilha é constituída de uma garrafa pet de dois litros, com abertura lateral. Ela é usada de cabeça para baixo, com a tampa de plástico fechada. Na parte inferior da garrafa, é colocada uma mistura de água com detergente. Para cada 200 ml de água, é necessário 1 ml de detergente.
 
Dentro da garrafa pet, na parede interior, é afixado um vidro de 20 ou 30 mililitros com um atrativo alimentar, que serve de isca. Para cada litro da mistura, são necessários, 750 ml de álcool metílico (metanol), misturado com 250 ml de álcool etílico (etanol) e 10 gramas de café moído e torrado. Como o metanol é um produto tóxico, é necessária a orientação de um técnico para a manipulação. Na tampa do vidrinho, é feita uma pequena abertura para dispersar o aroma.

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