Postado em domingo, 9 de setembro de 2018
às 17:05
Candidata a vice-presidência visita a Alfenas e aponta Ciro Gomes como ‘ponto de equilíbrio’
A senadora e ex-ministra Kátia Abreu esteve em Alfenas para inauguração do comitê da campanha de Kátia Goyatá, que disputa uma vaga na Câmara dos Deputados.
Alessandro Emergente
A candidata a vice-presidência Kátia Abreu (PDT) esteve em Alfenas, na manhã deste domingo, e defendeu o candidato Ciro Gomes (PDT) como o “ponto de equilíbrio” na disputa presidencial. A visita da candidata foi para participar da inauguração do comitê eleitoral da candidata a deputada federal Kátia Goyatá (PDT).
Senadora por Tocantins e ex-ministra da Agricultura durante o governo de Dilma Rousseff (PT), Kátia Abreu cumpre uma agenda política na região. Ela chegou a Alfenas na noite de sábado, onde passou a noite.
Pela manhã, a ex-ministra participou como convidada da inauguração do comitê eleitoral de Kátia Goyatá, na avenida Lincoln Westin da Silveira. Em seguida, seguiu para a feira livre para cumprimentar eleitores. A agenda política em Alfenas foi ao lado do deputado estadual e candidato ao Senado pelo PDT, Fábio Cherem.
Após almoçar em Alfenas, a candidata, na chapa encabeçada por Ciro Gomes, seguiu para um encontro de cafeicultores em Santo Antônio do Amparo e, no final do dia, seguiria para Lavras, onde passará a noite para participar de um debate entre os candidatos a vice-presidente, promovido pela UFLA (Universidade Federal de Lavras) na manhã de segunda-feira.
Ponto de equilíbrio
Durante o seu discurso, Kátia Abreu defendeu a necessidade de um candidato conciliador na corrida presidencial, que não cause temor aos polos ideológicos extremos. Ela relembrou os episódios de rivalidade e até de radicalidade entre “coxinhas” e “mortadelas”, o que não tem contribuído com a recuperação da economia do Brasil.
A candidata vê Ciro Gomes como um “ponto de equilíbrio” na disputa presidencial, com condições de agregar os polos extremos. “Ele veste esse modelo”, disse a senadora ao se referir a um perfil mais conciliador do ex-governador do Ceará.
Em entrevista ao Alfenas Hoje, Kátia Abreu comentou sobre o episódio em Juiz de Fora na última quinta-feira, quando o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado. Ela classificou o episódio como “abominável”, mas que não pode pautar o País.
Em outro momento da entrevista, a candidata apontou o perigo da radicalização dos discursos e defendeu a necessidade de civilizar a disputa eleitoral. “É matéria prima pura para a indústria do ódio”, criticou ao comparar com um tom mais conciliador do candidato pedetista.
Pacto Federativo
Sobre a grave crise financeira de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, Kátia Abreu defendeu a necessidade de um novo pacto federativo, proposta também defendida por Kátia Goyatá. “A União não pode virar as costas para esse assunto”, afirmou a senadora ao defender a participação do governo federal na resolução da crise dos estados.
Porém, a ex-ministra disse que, além de redesenhar a distribuição dos recursos, é preciso que o futuro governo coloque como contrapartida ao Congresso Nacional a aprovação de reformas estruturais, como a reforma administrativa do Estado.
Na avaliação da senadora, as desonerações para determinados segmentos do setor produtivo muitas vezes são definidas pelo governo federal sem a participação dos governadores. Porém, são medidas que impactam diretamente os Estados e, por isso, é preciso haver maior prudência.
SPC
Outro tema abordado pela candidata a vice-presidente é a proposta de Ciro Gomes de intermediar junto ao setor bancário para retirar o nome de cerca de 60 milhões de brasileiros com nomes negativados junto ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
Kátia Abreu rebateu as críticas ao afirmar que o Governo Federal atuaria como intermediário da dívida – a proposta deve exigir, no limite, R$ 60 bilhões dos bancos públicos, que abrirão linhas de crédito para parcelamento da dívida. As instituições privadas também poderão participar do programa, desde que pratiquem juros menores.
A candidata comparou a proposta de refinanciamento das dívidas de pessoas físicas com os programas de refinanciamento das dívidas tributárias, como o Refis, para as empresas, que custaram ao Tesouro Nacional mais de R$ 300 bilhões, segundo ela.
A proposta de Ciro Gomes é promover um leilão entre as instituições credoras para um parcelamento da dívida em três anos. Ele calcula que o valor médio pode chegar a R$ 1,2 mil, com os abatimentos, para os devedores.
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