Postado em terça-feira, 5 de junho de 2018 às 12:12

Vereadores cobram nota de secretário para tranquilizar população, mas poupam PM

As declarações dos vereadores foram dadas durante a sessão legislativa de segunda-feira.


Alessandro Emergente

Alguns vereadores chegaram a criticar a ausência de um posicionamento da Secretaria Municipal de Defesa Social na noite de domingo diante das informações falsas que foram compartilhadas em grupos de whatsapp, os chamados Fake News, e a situação de medo que foi gerada. Diversas informações falsas criaram um clima de “terror” a população após dois ônibus terem sido incendiados. As declarações dos vereadores foram dadas durante a sessão legislativa de segunda-feira.

As críticas dos vereadores foram direcionadas principalmente ao secretário Leonardo Vilela por ser o titular da Secretaria da Defesa Social de Alfenas. O posicionamento defendido em plenário é que houve um clima de pânico e que faltou as autoridades um posicionamento oficial para tranquilizar os moradores.

Na avaliação do vereador Waldemilson Bassoto (Padre Waldemilson/Pros), uma nota oficial poderia amenizar a situação, informando os moradores sobre a situação real na noite de domingo. A avaliação é que a tensão criada pelas mensagens falsas criou um ambiente de medo generalizado, dando uma percepção de insegurança muito maior do que o contexto nas ruas da cidade.

“Fala alguma coisa, nem que seja mentira”, diz vereador


O vereador Tadeu Fernandes (PTC) foi ainda mais duro nas críticas ao secretário municipal ao afirmar que Vilela deveria dar uma satisfação a população, mas “não está nem aí”. Na sequência, o parlamentar afirmou: “Fala alguma coisa, nem que seja mentira”.

As declarações foram durante a sessão legislativa de segunda-feira, quando dois projetos foram aprovados (Foto: Alessandro Emergente)


Apesar das críticas ao secretário de Defesa Social por não ter se posicionado oficialmente em nota, os vereadores pouparam o comando da Polícia Militar. Na noite de domingo também não houve posicionamento oficial da corporação divulgado na página oficial da PM no Facebook e nem no grupo de whatsapp, que o setor de comunicação mantém com a imprensa.

Nos grupos de whatsapp, após intensos compartilhamentos de informações falsas, começou a circular o áudio de um sargento da PM, o que tranquilizou alguns moradores. Porém, essa mensagem não foi divulgada pela PM em seus canais oficiais de comunicação com a imprensa e nem na página oficial do Facebook. Um outro áudio, atribuído ao comandante da PM direcionado aos moradores do Jardim São Carlos, também circulou, mas não por meio dos canais oficiais.

Um posicionamento oficial da PM à imprensa só veio na manhã seguinte, às 7h13, ao ser desmentida a informação de que a corporação havia orientado toque de recolher na noite de domingo. A informação falsa foi compartilhada em vários grupos, aumentando o pânico.

O comandante da PM, tenente coronel Márcio Bocher, e o secretário de Defesa Social, Leonardo Vilela (Fotos: Alessandro Emergente/Arquivo)


O vereador Reginaldo Flauzino (PHS), que também é integrante da Guarda Civil Municipal (GCM), subordinada a Secretaria de Defesa Social, também chegou a compartilhar, em sua página oficial nas redes sociais, uma mensagem informando que, muitas informações compartilhadas, eram falsas. “A princípio os ônibus que foram incendiados é verdade. O resto é #MENTIRA!”, postou.

No dia seguinte ao ataque aos ônibus, algumas escolas tiveram salas de aulas com poucos alunos, além de algumas vans escolares não circularem pela manhã. A situação reflete o temor compartilhado na noite de domingo.

O presidente da Câmara Municipal, José Carlos de Morais (Vardemá/MDB), chegou a elogiar o comandante do 64˚ Batalhão da Polícia Militar (64˚ BPM), tenente-coronel Márcio Bocher, ao afirmar que ele empenhou seu efetivo na noite de domingo, assim como a GCM e a Polícia Civil. Afirmou que, inclusive, na noite de segunda-feira o próprio comandante estava empenhado nas ruas com a corporação. Menos de uma hora após o término da sessão legislativa foi registrado um novo ataque a ônibus, porém o Corpo de Bombeiros conseguiu agir rápido e evitar o incêndio do veículo.

Em votação

Os vereadores confirmaram, em 2° turno, o projeto de lei que regulamentam as regras para cobrança de honorários dos advogados da Prefeitura de Alfenas. Com a mudança, pessoas com até três salários mínimos ficarão isentas do pagamento. A cobrança é respaldada pelo Estatuto da Advocacia (Lei Federal 8.906/1994).


Outro projeto de lei aprovado, dessa vez em regime de urgência, foi o que altera lei (n° 3.683/2013), que instituiu a Contribuição de Iluminação Pública (CIP). De acordo com o vereador Antônio Carlos da Silva (Dr. Batata/PSB), a mudança aprovada simplifica a cobrança e não provoca mudanças nos valores para a população.

Ainda segundo o vereador do PSB, na legislatura passada, foi apurado um déficit entre o valor da arrecadação e da despesa para iluminação pública. Porém, após ser feito um ajuste na cobrança, foi apurado que a Prefeitura passou a ter um saldo positivo de R$ 90 mil por mês em média. Questionou como está sendo investido esse valor a mais ao afirmar que há vários problemas envolvendo a iluminação pública na cidade.



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