Postado em sábado, 7 de novembro de 2015
PIB de Minas pode recuar mais de 3%
A economia mineira encolheu 1,5% no segundo trimestre, última apuração disponível.
Do Sistema Faemg
A drástica queda esperada da produção da indústria mineira neste ano e o fraco desempenho do café, carro-chefe da agropecuária no estado, indicam que Minas Gerais terá desempenho pior que a média da economia brasileira em 2015. Pesquisadores da FJP (Fundação João Pinheiro) passaram a trabalhar com a perspectiva de retração no estado superior ao recuo de 3% estimado para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produção de bens e serviços) do Brasil por boa parte dos analistas de bancos e corretoras, além do próprio governo. A economia mineira encolheu 1,5% no segundo trimestre, última apuração disponível, afetada por significativas perdas nas fábricas, ao passo que o PIB nacional retraiu-se 1,9%.
O agravamento da crise do setor industrial, contudo, associado ao peso maior que a atividade tem na produção de Minas, ante a do Brasil, dá sinais de que o estado está atravessando um ano mais difícil do que para o restante do país, observa Raimundo de Sousa Leal Filho, coordenador geral do Sistema de Contas Regionais da FJP. “Com base nos números negativos já apresentados e no fato de Minas ser um estado um pouco mais industrializado, é possível que o PIB estadual feche o ano um pouco pior que a média nacional”, afirmou Raimundo Leal Filho. O tema foi discutido ontem durante a divulgação do Boletim de Conjuntura de Minas Gerais elaborado pelos técnicos da FJP, com base em dados relativos ao segundo quadrimestre de 2015.
A análise considera a nova previsão divulgada pela Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) de queda de 7,6% neste ano da produção estadual. Contribuem, ainda, para o cenário de deterioração da economia as perdas anunciadas de pelo menos 30% das lavouras de café do estado, em razão da estiagem prolongada. A indústria de transformação responde por 20% do PIB de Minas e os cafezais em todo o estado detém 10% dos resultados da agropecuária, que, por sua vez, participa com uma fatia de 8% da produção de bens e serviços em Minas.
Tendo como referência o levantamento da produção feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Fiemg identificou retração generalizada do ritmo das fábricas de janeiro a agosto. Segundo a economista da instituição Annelise Fonseca, dos 13 ramos da atividade acompanhados pela pesquisa, só dois cresceram no período, a indústria extrativa, com desempenho 1% melhor ante o mesmo período do ano passado, e a produção de alimentos, que teve expansão de 1,8%.
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