Postado em segunda-feira, 24 de junho de 2013 às 19:14

Homem que matou ex-sogro e ex-namorada nega ajuda de cúmplice

O homem que matou o ex-sogro e a ex-namorada foi apresentado à imprensa em Alfenas. Roberto José Freire, 23 anos, confessou o duplo homicídio, mas negou ter agido com a ajuda de um cúmplice.


Alessandro Emergente

O homem que matou o ex-sogro e a ex-namorada, com quem teve dois filhos, foi apresentado, no final da tarde desta segunda-feira, à imprensa em Alfenas. Roberto José Freire, 23 anos, confessou o duplo homicídio, mas negou ter agido com a ajuda de um cúmplice como afirmou uma das vítimas. A Polícia Civil está investigando se houve a participação de uma segunda pessoa nos crimes.

Ao ser encontrado ainda vivo e com queimaduras de segundo e terceiro graus, Antônio Carlos Bonfim, 41 anos, disse que Freire teria o trazido a Alfenas desde Três Corações, onde morava, e ateado fogo em seu corpo com ajuda de um cúmplice. Disse que não conhecia esta segunda pessoa. 

Freire foi preso ontem (domingo) em Perdões e transferido, nesta segunda-feira, para Alfenas, onde permanecerá detido no Presídio do município. Ao ser abordado pela Polícia Militar em Perdões, o acusado forneceu um nome falso, mas os policiais encontraram em seu bolso o documento de identidade que comprovou ser Roberto Freire, que vinha sendo procurado pela Justiça. 

Bilhete com ameaças

Junto com Freire também foi encontrado um bilhete no qual ele fazia ameaças à família da ex-namorada, Tayná Heloise Alves Bomfim, de 17 anos, caso os filhos não fossem entregues a ele em um prazo de 48 horas. A estudante foi assassinada um dia depois do seu ex-namorado ter colocado fogo no pai dela. O acusado disse à imprensa que entregaria o bilhete a uma irmã de Tayná, que mora em Três Corações. 

Fotos: Alessandro Emergente 

Roberto José Freire foi apresentado à imprensa, mas não quis mostrar o rosto

O rapaz não quis informar o que estava fazendo em Perdões, quando foi preso. O delegado regional, Celso Ávila, disse que o assassino poderia estar planejando algum crime para se manter financeiramente, uma vez que estava foragido. 

Filhos poderiam ser executados

Segundo o delegado, os pais de Roberto Freire confirmaram, em depoimento, que o rapaz dizia que iria matar toda a família de Thayná. O delegado disse ainda que há informações que os próprios filhos seriam alvos de execução. O acusado foi apontado por Ávila como uma pessoa “fria e calculista”. 

Acima, fotos do inquérito policial onde aparece o carro que teria sido utilizado no crime


O carro, usado para transportar Bonfim até Alfenas, é uma Belina. No porta-malas foram encontradas manchas de sangue e, no interior do veículo, pertences pessoais que a Polícia vai confirmar se eram de Freire, da vítima ou de uma terceira pessoa envolvida no crime.

Embora o rapaz tenha confessado o duplo homicídio, a Polícia Civil pretende reunir provas materiais que comprovem o assassinato e como aconteceu. Na versão de Freire, no dia do crime, ele foi até a casa do ex-sogro para saber informações de Thayná e houve uma discussão.

Versão do acusado

Bonfim teria aceitado uma carona de Freire até o trabalho, uma vez que ele estaria de serviço naquele dia. Durante o percurso, o assassino seguiu para o trevo de Três Corações e, na sequência, para Alfenas. Bonfim teria reagido com cotoveladas e, durante o trajeto, ocorreu troca de agressões, segundo as alegações de Freire.

Na versão do acusado, Bonfim viajou em um dos bancos de passageiro, mas no porta-malas da Belina foram encontradas manchas sanguíneas, o que será investigado pelos policiais. A reconstituição do crime, refazendo todo o trajeto, ainda será feito pela Polícia Civil.

Requintes de crueldade

Ao chegar no bairro Santa Clara, local onde foi ateado fogo no corpo da vítima, Freire teria continuado as agressões, inclusive com requintes de crueldade, segundo o delegado. Em um dos momentos, Freire teria o desmaiado com socos e o arrastado até o local onde colocou fogo em seu corpo. Disse aos policiais que adquiriu cerca de 3 litros de gasolina para jogar no corpo da vítima. 

O delegado regional Celso Ávila (de óculos), ao lado do delegado
Eduardo Braga Corrêa, durante a entrevista coletiva

Após o primeiro crime, Freire disse ter viajado de ônibus até Paraty (RJ), onde estava Thayná. Segundo o delegado, o rapaz já conhecia o bairro onde a adolescente estava no interior do Rio de Janeiro, o que facilitou a sua chegada ao local do segundo crime.

Mais crueldade

Segundo o delegado regional, mais uma vez Freire agiu de forma cruel. Após entrar na residência e acertar uma facada no padrasto da ex-namorada, que fugiu, o acusado esfaqueou a adolescente, inclusive no pescoço, quase a degolando.

Roberto Freire tinha emprego fixo, trabalhando como lixeiro em Alfenas. Porém, já havia sido registrado um histórico agressivo, inclusive chegou a ficar preso provisoriamente no Presídio de Alfenas, no mês de maio, por sequestro e cárcere privado de Thayná, com quem morava em Paraguaçu.

Pena pode chegar a 36 anos

De acordo com o delegado regional, o acusado pode ser condenado a, pelo menos, 36 anos em regime fechado pelos homicídios qualificados cometidos em Alfenas e em Paraty, sequestro de Bonfim até Alfenas, tentativa de assassinato do padrasto e da mãe de Thayná e pelo sequestro e cárcere privado da adolescente, quando ele ainda mantinha um relacionamento com ela em Paraguaçu.

Freire foi apresentado à imprensa na Delegacia de Alfenas e, em seguida, encaminhado para o Presídio de Alfenas, de onde vai aguardar o julgamento. Ele não quis mostrar o rosto e disse que a matou por causa de outro homem. Na entrevista coletiva aos jornalistas, Ávila esteve acompanhado do delegado Eduardo Braga Corrêa, responsável pelo inquérito em Paraguaçu.



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