Postado em sexta-feira, 19 de abril de 2013 às 12:33

Maurílio Peloso chega aos 100 dias de governo em dificuldades

O prefeito Maurílio Peloso (PDT) chegou aos 100 dias de governo na semana passada diante de sérias dificuldades políticas.


Alessandro Emergente

O prefeito Maurílio Peloso (PDT) chegou aos 100 dias de governo na semana passada diante de sérias dificuldades políticas. Dois dias após chegar a data simbólica dos 100 primeiros dias, uma denúncia, que pode resultar na cassação de seu mandato, foi protocolada na Câmara Municipal.

Durante duas semanas, a reportagem aguardou uma entrevista com o prefeito sobre os primeiros 100 dias de governo. A entrevista chegou a ser agendada em duas oportunidades, mas acabou sendo cancelada pelo governo.

Na última segunda-feira (15), os vereadores adiaram a decisão se acatam ou não a denúncia e instauram uma comissão processante. Diferente da CPI, que encaminha o relatório final da investigação para o Ministério Público adotar providências legais, a comissão processante tem o poder de recomendar diretamente ao plenário a cassação do mandato caso encontre irregularidades.

O adiamento da decisão não ameniza a tensão política. Conhecido por um estilo menos flexível nas negociações políticas com os vereadores, a prorrogação da votação é vista nos bastidores como uma tentativa de fazer com que o prefeito ceda em relação a pedidos de vereadores e até na indicação de “apadrinhados”. 

Foto: Alessandro Emergente


O prefeito Maurílio Peloso (PDT) chega aos 100 primeiros dias de governo diante da possibilidade
de abertura de uma comissão processante para investigar a sua gestão

Na Justiça Eleitoral, o prefeito enfrenta uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) movida pela oposição. Os denunciantes acusam os eleitos de abuso de poder econômico, inclusive com compra de votos e “caixa 2” durante a campanha eleitoral. 

Fortes críticas

Desde o início do governo, Maurílio enfrenta fortes discursos críticos na Câmara Municipal e já contabiliza algumas derrotas importantes. No dia da cerimônia de posse, enfrentou sua primeira derrota ao ver o PT, principal partido de oposição e maior bancada na Câmara Municipal, levar a presidência da Casa

Na primeira sessão legislativa do ano, outra derrota. A Comissão de Constituição, Legislação, Justiça e Redação Final (CCLJRF) – a principal e com condições regimentais de retardar ou até barrar a votação de um projeto – ficou sob o comando do PT

>>Vereadores avaliam início da gestão de Maurílio Peloso

Na Câmara, as fortes críticas à gestão de Maurílio têm sido comuns, até mesmo de vereadores, conhecidos pelo estilo “adesista” (costumam integrar a situação). Nem o veto parcial de Maurílio a um projeto de lei, aprovado na Câmara, a base governista, hoje minoria, conseguiu manter. Por unanimidade, o veto, a um dos itens do projeto que autoriza a criação da “Casa do Idoso”, foi derrubado. 

No final de março, Maurílio e o vice-prefeito Décio Paulino se reuniram com 11 dos 12 vereadores para tentar uma aproximação política. A reunião, articulada pelo líder do governo na Câmara Municipal, Francisco Rodrigues da Cunha Neto (Prof. Chico/PDT), foi realizada no gabinete do prefeito, mas boa parte dos vereadores saiu insatisfeito. 

Na semana em que o prefeito completou 100 dias no poder um novo episódio trouxe mais desconforto à equipe de governo. O secretário de Defesa Social, Vander Cherri, foi acusado de assédio sexual por uma ex-servidora, que respondia hierarquicamente a ele.

Gestão em dificuldades

As dificuldades do atual governo não se concentram apenas na área política. Passados os três meses à frente da administração municipal, o prefeito ainda não conseguiu solucionar alguns problemas urbanos como a deterioração asfáltica, que vem se agravando. Os buracos – e em alguns lugares crateras – se tornaram parte da paisagem em muitos trechos da cidade.

O governo alega dificuldades financeiras provocadas pela gestão anterior. Na primeira sessão legislativa deste ano, Maurílio foi à Câmara Municipal apresentar uma dívida vencida no valor de R$ 32,9 milhões. Na época, a administração anterior rebateu os números e disse que a dívida era de R$ 5,6 milhões e que todas as certidões negativas de débito (CNDs) estavam em dia.

O “gosto amargo” de manifestações populares contrárias já foi sentido pelo atual prefeito com apenas três meses de governo. A demora no pagamento do 13˚ salário, herdado da gestão anterior, chegou a gerar uma manifestação de servidores em frente a prefeitura e a ameaça de paralisação dos servidores, quando o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alfenas (Sempre-Alfenas) aprovou indicativo de greve.



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