Postado em segunda-feira, 15 de abril de 2013 às 23:22
Atualizada em terça-feira, 16 de abril de 2013 às 06:34

Vereadores negam tribuna a ex-servidora que acusa secretário

O plenário da Câmara Municipal negou o uso da tribuna a ex-servidora Fabiana de Oliveira Diniz, que acusa o secretário de Defesa Social, Vander Cherri, de assédio sexual e moral.


Alessandro Emergente

O plenário da Câmara Municipal negou o uso da tribuna a ex-servidora Fabiana de Oliveira Diniz, que acusa o secretário de Defesa Social, Vander Cherri, de assédio sexual e moral. A decisão foi tomada durante a sessão legislativa desta segunda-feira (15) por oito votos a três.

Como informou o Alfenas Hoje na manhã de segunda-feira, a pauta da reunião previa o uso da tribuna para Gilmar Francisco da Silva, que falou sobre homofobia. O pedido feito por Fabiana foi protocolado na terça-feira passada. Acompanhada de familiares, ela sentou-se na primeira fileira da plateia e solicitou o uso da tribuna.

De acordo como Regimento Interno, uma segunda tribuna – não prevista na pauta da reunião – pode ser liberada com a aprovação do plenário. Mas somente três vereadores foram favoráveis ao pedido da ex-servidora: Vagner Tarcísio de Morais (Guinho/PT), Waldemilson Bassoto (Padre Waldemilson/PT) e Eneias Rezende (PRTB).

Fotos: Alessandro Emergente


Fabiana teve o seu pedido negado pelo plenário por oito votos a três

A plateia se manifestou diversas vezes, durante a fala dos vereadores, favorável ao uso da tribuna. Após o pedido ser rejeitado, Fabiana chegou a subir no plenário, no local reservado aos vereadores, e falar com o presidente Hemerson Lourenço de Assis (Sonzinho/PT), interrompendo a reunião. Em seguida, criticou a decisão dos vereadores. Após ela se retirar do local, diversas pessoas também deixaram o plenário.

>>Ouça o áudio da sessão legislativa

O peemedebista Elder Martins argumentou contrário ao uso da tribuna, alegando que havia uma confusão de competência e abordou o risco de “juízo da inquisição”, onde só uma das partes se manifestaria. Defendeu que a acusação deve ser discutida na esfera judiciária e administrativa (com instauração de processo administrativo).

Após ter o pedido negado, Fabiana foi até o espaço reservado aos vereadores e protestou

Guinho defendeu o uso da tribuna, uma vez que várias pessoas estavam na Casa para ouvir a denunciante. “Não quero desanimar a moça, mas acho que o prefeito não vai tomar providência”, declarou.

O petista recorreu a uma denúncia de que um servidor teria invadido uma repartição pública numa madrugada de carnaval, quebrado computadores e, segundo o vereador, mantido relações sexuais com uma galinha. 

Após a reunião, Fabiana disse que o Legislativo não segue o “princípio da impessoalidade”, uma vez que houve uma proteção ao secretário. “A responsabilidade indenizatória pelo assédio sendo o assediador servidor público é do município, expressamente em lei”, declarou. Ela deve protocolar um novo pedido para o uso da tribuna.

Tribuna

Gilmar Francisco da Silva usou a tribuna para falar sobre homofobia. Fez críticas à postura da imprensa em relação ao tema e pediu a aplicação de leis no combate a prática homofóbica. 


Ao usar a tribuna, Gilmar Francisco da Silva falou sobre homofobia

Silva disse que por muitos anos conviveu com uma sociedade “hipócrita” e avalia que “vergonhoso é viver escondido atrás do armário”. Pai de três filhos, citou seu bom relacionamento com familiares. “Estamos aqui para dizer não a homofobia”, disse. 



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