Postado em quinta-feira, 4 de abril de 2013
às 22:20
Maurílio reúne vereadores para tentar amenizar dificuldades
O prefeito Maurílio Peloso (PDT) tem sido alvo de críticas na Câmara Municipal. Recentemente, ele reuniu os vereadores para amenizar o tom das críticas.
Alessandro Emergente
O prefeito Maurílio Peloso (PDT) tem sido alvo de constantes críticas na Câmara Municipal desde que assumiu o governo, há três meses. A insatisfação da maioria dos vereadores tem sido manifestada em praticamente todas as sessões até aqui, o que já lhe impôs algumas derrotas em plenário.
Às vésperas de completar os primeiros três meses de sua administração, na semana passada o prefeito e seu vice, Décio Paulino (PR), se reuniram com 11 dos 12 vereadores. No gabinete do prefeito, sem alardes e longe da presença da imprensa, a reunião em tom cordial foi uma tentativa de amenizar as dificuldades na relação.
Responsável por articular o encontro, o líder do governo na Câmara Municipal, Francisco Rodrigues da Cunha Neto (Prof. Chico/PDT), nega que o motivo tenha sido para amenizar dificuldades políticas do governo na Câmara. Diz que a reunião serviu para demonstrar que não há barreiras entre o Executivo e o Legislativo.
Histórico de dificuldades
Os discursos hostis de alguns vereadores e algumas derrotas em plenário têm dado o tom das sessões legislativas, sempre lotadas. Até mesmo alguns vídeos, relembrando promessas de campanha, já foram exibidos, provocando euforia na plateia.
O clima hostil tem tido efeito até nos resultados. Recentemente, os vereadores derrubaram, por unanimidade, um veto parcial dado por Maurílio Peloso a um projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal e de iniciativa do próprio Legislativo.
A fragilidade do governo na Câmara já resultou em derrotas importantes como a perda presidência da Casa numa eleição em que o principal partido de oposição saiu vitorioso. O petista Hemerson Lourenço de Assis (Sonzinho) derrotou o principal nome do governo na Câmara, o Prof. Chico.
Na definição das comissões temáticas, outra derrota: a Comissão de Constituição, Legislação, Justiça e Redação Final (CCJLRF). Novamente o PT conseguiu emplacar uma vitória, ficando com a presidência da comissão e elegendo dois dos três integrantes da comissão.
Tipo de relação
Décio Paulino diz que o atual governo implantou uma relação de maior impessoalidade, o que cria algumas dificuldades de relação. Mas acredita que a reunião pode ter servido para melhorar este relacionamento com a Câmara, mas admite que somente o tempo poderá dar uma resposta a esta indagação.
A dificuldade na comunicação entre os dois poderes e a necessidade de mais diálogo, segundo Prof. Chico, era uma das críticas dos parlamentares. O líder do governo admite que neste aspecto a administração deve melhorar e está buscando meios para isso.
Efeitos
Mas boa parte dos vereadores, principalmente os que têm elevado o tom das críticas, saíram insatisfeitos e sem perspectivas de mudanças na relação do governo com a Câmara Municipal.
Um dos mais incisivos na crítica é o presidente da Câmara, Hemerson Sonzinho. Disse que até o momento os vereadores demostraram “boa vontade” em estabelecer uma relação positiva com o Executivo, mas – segundo ele - não houve reciprocidade por parte do prefeito.
Os dois vereadores do PRTB engrossam a lista dos insatisfeitos com a postura do governo. “Ele (Maurílio) não aceita opinião de vereador. Vale só o que ele pensa. Ele não quer se aproximar não”, diz o vereador Paulo Agenor Madeira (Paulinho do Asfalto/PRTB).
O vereador Enéias Rezende, presidente do PRTB/Alfenas, também diz não acreditar que a reunião surta resultados práticos. Aponta a inexperiência do governo e um perfil excessivamente técnico - ou seja sem habilidade política necessária para se relacionar com a Câmara Municipal.
O petista Waldemilson Bassoto (Padre Waldemilson) também não acredita em mudança de postura. Para ele, o prefeito não percebe a função do vereador como relevante e não estaria “muito preocupado” com as críticas na Câmara.
Tom mais ameno
Antônio Carlos da Silva (Dr. Batata/PSB) diz que as críticas feitas ao governo são simplesmente o “reflexo do que se ouve nas ruas”. O vereador diz que são críticas construtivas e acredita que o governo pode melhorar a sua relação com a Câmara. “Acredito que possa surtir efeito”, diz.
Outros vereadores com maior aproximação com o governo avaliaram de forma mais positiva a tentativa de aproximação. Jairo Campos (Jairinho/PDT), partido do governo, diz que gostou do encontro e que já vinha sugerindo esta iniciativa ao líder do governo. Hesse Luiz Pereira (PSDB) acredita que a reunião possa amenizar “um pouco” a situação e lembra as dificuldades de início de governo, superadas com o tempo.
O peemedebista Elder Martins avalia a tentativa de harmonização dos poderes como positiva. Confirma a dificuldade dos vereadores nos pedidos ao Executivo, mas que isso é justificado por Maurílio como uma estratégia para não haver diferenciação no atendimento a população.
O vereador José Carlos Morais (Vardemá/PT) não atendeu a ligação telefônica feita pela reportagem na tarde de quinta-feira (04), enquanto os telefones dos vereadores Evanílson Pereira de Andrade (Ratinho/PHS) e Vagner Morais (Guinho/PT) estavam desligados. Guinho foi o único vereador que não participou da reunião.

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