Postado em sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
às 14:51
Atualizada em sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
às 17:40
Sem 13˚ salário, servidores mantém indicativo de greve
Os servidores públicos do município decidiram, na manhã desta sexta-feira, manter o indicativo de greve da categoria pela falta de pagamento do 13˚ salário de 2012.
Alessandro Emergente
Os servidores públicos do município decidiram, na manhã desta sexta-feira (8), manter o indicativo de greve da categoria pela falta de pagamento do 13˚ salário de 2012. Exibindo faixas de protesto, eles promoveram uma passeata e foram para frente da prefeitura.
Com a decisão nesta sexta-feira, em uma assembleia realizada no Espaço Vip da Gelocar, o funcionalismo mantém-se em alerta para uma possível greve caso as negociações com o prefeito Maurílio Peloso (PDT) não avancem. O governo segue sem previsão de data para o pagamento.
Cerca de 70 servidores compareceram a assembleia. Muitos deles aderiram a greve de advertência, aprovada na segunda-feira, e não foram ao trabalho. Nesta manhã, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alfenas (Sempre-Alfenas) ainda não tinha um levantamento da paralisação.
Fotos: Alessandro Emergente

Servidores, que paralisaram as atividades nesta sexta-feira, fizeram uma
manifestação em frente a prefeitura reividicando o 13˚ salário
Presença do prefeito
Maurílio chegou a ir à assembleia para prestar esclarecimentos ao funcionalismo. Chegou a responder questionamentos de alguns servidores. Mais uma vez preferiu não apontar uma data para quitar o débito com o funcionalismo. Disse que não iria “arriscar data” para não criar expectativas que não possa cumprir.

O prefeito foi questionado por diversos servidores durante a assembleia
Um dia antes, representantes do Sindicato se reuniram com o prefeito e sua equipe de governo para discutir o pagamento do 13˚ salário. Em ata, o prefeito assumiu o compromisso oficial de inserir este pagamento como prioridade na relação de “restos a pagar”. Até então não havia nenhum compromisso oficializado.

Maurílio foi a assembleia e não fixou data para pagamento
O governo criou uma comissão especial para apurar as dívidas do município e só depois do relatório final é que terá condições de definir uma data de pagamento. Abordado pela reportagem, ao sair da assembleia, Maurílio não informou nenhum prazo para que a comissão especial conclua o relatório.
Aos servidores, Maurílio pediu “compreensão” e disse que há outros débitos que precisam ser pagos. Citou dívida com fornecedores e 235 contratos de “aluguel social” em atraso desde novembro.
Logo após a publicação desta reportagem, a assessoria do ex-prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT) entrou em contato com a redação e afirmou que a antiga gestão pagou todos os compromissos com "aluguel social" até dezembro. Afirmou que, portanto, não procede a informação do atual prefeito em relação ao débito.

Indicativo de greve foi aprovado e servidores permanecem em alerta
Neste momento, vários servidores protestaram. Um deles chegou a questionar Maurílio dizendo que o discurso de campanha foi de valorização do funcionalismo e que os empresários, proprietários de empresas fornecedoras de materiais e serviços para a prefeitura, têm outras fontes de renda além do município, enquanto o servidor “não tem sequer” dinheiro para comprar material escolar para os filhos.
Em resposta, o prefeito disse que não foi feito nenhum pagamento aos credores e que a administração está usando o crédito da prefeitura para contratar serviços e adquirir materiais. Maurílio não estava acompanhado por nenhum secretário de governo ou assessor direto.
Protesto
Após a assembleia, os servidores saíram às ruas. Fizeram uma passeata por algumas ruas do centro e foram até a prefeitura, exibindo com a mensagem “Paralisação por desrespeito aos direitos dos servidores públicos pela prefeitura de Alfenas”.

Exibindo faixas, servidores fizeram uma passeata pelas ruas do centro
Ao chegarem a prefeitura, a porta do hall de entrada foi fechada. Os manifestantes usaram o microfone para protestarem e reivindicarem o pagamento imediato.

Após ser vaiada e o polêmico discurso contra os servidores, a
estudante de Direito fez pose para a imprensa
Uma situação inusitada durante a manifestação. Rebeca Lago, que se apresentou como jornalista e estudante de Direito, pegou o microfone para se manifestar e começou a defender Maurílio. Dizendo-se simpatizante do novo governo, atribuiu o problema a gestão passada.
A jornalista, que não atua na imprensa e nem é servidora pública do município, foi vaiada e começou a tremer. Mesmo com as mãos trêmulas e sob vaias, ela continuou o discurso.
Retaliação
No facebook, o Sindicato publicou uma nota na qual acusa o recebimento de diversas reclamações de servidores, que estariam sendo ameaçados por coordenadores e chefes de setores de corte no salário caso aderissem a paralisação desta sexta-feira.

Com a aproximação dos servidores, a porta do hall de entrada da prefeitura foi fechada. Do lado de dentro, outros servidores (muitos deles comissionados) observavam pela janela a manifestação
“Lembramos que todas essas atitudes caracterizam coação e assédio moral por parte dos que falam e fazem esta ameaça”, publicou o Sindicato que alerta para uma ação coletiva contra a prefeitura e atual administração caso promova o corte no pagamento de salários.
Histórico recente
No dia da posse, Maurílio disse à imprensa que o pagamento do 13˚ salário de 2012 era prioridade e que pretendia saldar o débito em 15 dias. Mas passados mais de 30 dias o governo ainda não tem previsão para o pagamento.
Ontem, quinta-feira, a atual administração efetuou o pagamento do salário de janeiro. O pagamento foi feito na data limite permitida pela legislação, que é o quinto dia útil do mês. O governo ainda não pagou o salário dos servidores da área da saúde, da gestão compartilhada, e a previsão é que este pagamento seja efetuado na quinta-feira da semana que vem, após o carnaval.
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