Postado em sábado, 7 de julho de 2012
às 01:40
Alfenas quer delegacia especializada para as mulheres
A coordenadora de Políticas para as Mulheres, Tanilda Araújo, pediu que o Estado implante e estruture uma delegacia especializada para as mulheres.
Da Redação
A coordenadora de Políticas para as Mulheres de Alfenas, Tanilda das Graças Araújo, pediu à Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que o Estado implante e estruture, na cidade, uma delegacia especializada para as mulheres.
O pedido foi feito na audiência pública realizada na Câmara Municipal de Alfenas nesta sexta-feira (6). O objetivo da audiência foi debater o enfrentamento da violência contra a mulher e a aplicação da Lei Maria da Penha. A reunião solicitada pelo deputado estadual Pompilio Canavez (PT).
De acordo com Tanilda, a cidade conta com um Sistema Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher (composto do Conselho Municipal da Mulher, da Coordenadoria Municipal dos Direitos e Defesa da Mulher e a Conferência Municipal dos Direitos da Mulher). Em sua participação, ela apresentou as ações feitas pelo sistema e cobrou, ainda, a implantação de um Centro de Atendimento à Mulher.
Fotos: Marcelo Metzker/ALMG

O objetivo da audiência foi debater o enfrentamento da violência contra a
mulher e a aplicação da Lei Maria da Penha
“Entre janeiro e maio deste ano, 13 mulheres foram mortas pelo marido ou companheiro no Sul do Estado. O número já é maior que no ano passado, quando foram registradas 11 ocorrências desta natureza. É preciso que o atendimento seja feito de forma mais efetiva”, disse Tanilda.
Providência
Pompilio apresentou um requerimento, que será apreciado na próxima reunião da Comissão, em que solicita ao Governo do Estado a implantação e estruturação de uma delegacia regional especializada no atendimento à mulher vítima de violência doméstica.
Polícias reforçam importância da denúncia
O delegado de Polícia Civil de Alfenas, Carlos Camargo, salientou que os recursos humanos e materiais são poucos e, por isso, é preciso que as denúncias sejam feitas pelas vítimas. Ele disse que a delegada da cidade, que deveria atender especificamente mulheres, precisa trabalhar, ainda, ocorrências relativas a crianças e idosos. “Precisamos de mais efetivo para que a equipe consiga dar uma resposta mais rápida para a sociedade”, reforçou.
A delegada de Alfenas, Renata Rezende, fez coro às palavras do colega e pediu que as mulheres denunciem as agressões, procurem a delegacia e relatem as ocorrências domésticas. Ela explicou que, somente desta forma, poderá ser tomada alguma providência policial. “A mulher precisa querer mudar sua situação. Tem que denunciar e ir adiante no processo de punição ao agressor”, cobrou.
O comandante da Polícia Militar de Alfenas e região, Major Daniel, apresentou dados que apontam que o número de denúncias aumentaram, o que vem facilitando o trabalho da PM. Segundo a corporação, em 2011, foram 1.057 casos de violência contra a mulher. Em 2012, até julho, foram registradas 366 ocorrências.
Em sua fala, o Major afirmou que a recomendação aos policiais quanto a casos de violência doméstica é conduzir o agressor à delegacia, mesmo que não haja flagrante. Além disso, ele determina que o atendimento policial seja rápido para que a agressão não se transforme em homicídio. Ele pediu para que os cidadãos denunciem não só a violência doméstica, mas o mau atendimento dos militares.
Executivo e Legislativo municipais se dizem preocupados
O prefeito de Alfenas, Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT), afirmou que a cidade conta com um trabalho integrado contra a violência à mulher e a outros tipos de violências sociais. Para ele, agredir uma mulher já é inaceitável. Por isso, garantiu que há um pedido para que a delegacia priorize a atuação nestes casos.
Foto: Marcelo Metzker/ALMG

O prefeito Luizinho, o deputado Pompilio Canavez e o vereador Guinho
(presidente da Câmara) durante a audiência pública
O presidente da Câmara Municipal, Vagner Tarcísio de Morais (Guinho/PT), também afirmou que o Legislativo apoia qualquer tipo de projeto que seja feito em benefício das mulheres. Para ele, é importante levar em conta que a agressão doméstica não é só física, mas social, retratada pela falta de oportunidades e acesso à saúde, alimentação e educação.

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