Marcão descarta possibilidade de apoiar Maurílio Peloso

Alessandro Emergente

O ex-pré-candidato a prefeito de Alfenas, Marcos Duarte Dias (PPS), descartou, nesta terça-feira (26), qualquer possibilidade de apoiar a candidatura de Maurílio Peloso (PDT). Ontem (segunda-feira, dia 25), Marcão anunciou a sua desistência em disputar pela terceira vez a prefeitura de Alfenas. 

Marcão disse que sua posição será de neutralidade na disputa e os partidos que apoiariam a sua candidatura estão livres para decidirem sobre o rumo na campanha eleitoral. A chapa que seria encabeçada pelo PPS têm o PSDB, PP, PV, PTC e DEM. Todos eles têm suas convenções agendadas para sábado à tarde, data limite estabelecida no calendário eleitoral.

Assessor especial do governador Antônio Anastasia (PSDB), Marcão disse que desde dezembro o Governo do Estado vinha tentando uma união dos partidos de oposição na cidade. Como mostrou o Alfenas Hoje, na segunda-feira, um grupo de discussões, coordenado pelo vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), vinha tentando evitar que os partidos, que integram a base de apoio a Anastasia, se enfrentassem nas 50 maiores cidades de Minas.

Foto: Alessandro Emergente 

Há cerca de um mês houve a última tentativa de união em uma reunião realizada em Belo Horizonte. Marcão diz que tentou uma composição. Chegou a abrir mão da candidatura em favor de uma nova composição que teria Peloso como “cabeça de chapa” e Wilson Silveira (PSDB) de vice, mas não houve entendimento.

Maurilio não teria aceitado abrir mão de sua chapa, formada desde o início do ano, que tem Décio Paulino (PR) como vice. A dificuldade de composição com Maurílio Peloso teria deixado interlocutores do Governo e do grupo de Marcão chateados. Questionado se há mágoas em relação à postura de Maurílio, o ex-pré-candidato a prefeito nega e diz que “cada um tem a sua posição”.

Marcão afirma que uma fragmentação da oposição inviabilizaria a disputa para os oposicionistas. Lembra que, na última eleição municipal, em 2008, o fato de ter entrado na disputa com outro candidato de oposição, Eliacim do Carmo Lourenço (PCdoB), inviabilizou sua vitória apesar de ter conquistado 17.095 votos. 

O assessor especial do governador diz que retirou sua candidatura com o objetivo de “ajudar Alfenas” e que continuará colaborando com o progresso da cidade, independente do nome do futuro prefeito.

O Grupo Político

A tendência é que o grupo siga a posição de neutralidade adotada por Marcão, diz o vice-presidente do PP, Sérgio Coni. O presidente do DEM, Gustavo Silveira Costa, também aponta para esta tendência, mas admite conversas com outros grupos políticos.

Outro interlocutor do grupo aliado de Marcão é mais taxativo. O ex-vereador Mário Augusto da Silveira Neto, filiado ao PTC, diz que os partidos manterão a neutralidade devido a acordo já firmado para a chapa proporcional.

 Fotos: Alessandro Emergente e Henrique Higino/Arquivo

Tanto Coni, representante do PP, quanto Costa, líder dos Democratas, admitem que foram procurados pelo PTB, que tem seu presidente, Joselito de Souza (Lito), como pré-candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo ex-prefeito José Wurtembeg Manso (Beg/PSL).

Coni diz que até esta quarta-feira o PP terá uma decisão sobre o assunto, enquanto o Gustavo Costa afirma que até a data da convenção o DEM continuará “conversando”.

O presidente do PV, vereador Sander Simaglio, afirma que a decisão do partido só sairá no sábado, mas que a tendência é que o Partido Verde também adote posição oficial de neutralidade, liberando seus candidatos a apoiarem os candidatos a prefeito de sua preferência.

 Fotos: Alessandro Emergente/Arquivo

Sander informa que o PV foi procurado pelo PT (do prefeito Luiz Antônio da Silva/Luizinho) e pelo PDT, de Maurilio Peloso. Porém, sustenta que a sua posição é pela neutralidade, mas a decisão caberá ao partido.

O presidente do PV acredita que haverá consenso, uma vez que entre os candidatos do Partido Verde há quem prefira a candidatura do PT e outros, a do PDT. Com a postura oficial de neutralidade, cada um poderá fazer a sua opção durante a campanha eleitoral.

Entre as lideranças partidárias ouvidas pela reportagem apenas o presidente do PSDB, Wilson Silveira, não foi enfático em seguir a tendência de neutralidade. Disse apenas que o partido está “conversando”.