Postado em quinta-feira, 26 de janeiro de 2017 às 14:42

Minas Gerais leva cafés de origem para Berlim

Diário do Comércio


Do Faemg

Divulgar os cafés de origem controlada no mercado mundial é uma oportunidade para expandir o mercado e agregar valor ao café produzido em Minas Gerais. Em busca destas oportunidades, uma comitiva de 16 pessoas entre produtores, empresas parceiras e lideranças da cafeicultura, embarca, amanhã, para Berlim, na Alemanha. Lá, poderão apresentar as marcas de origem Região do Cerrado Mineiro, Região Matas de Minas e Região Mantiqueira para torrefadoras, cafeterias e para o consumidor final.
 
O analista técnico do Sebrae Minas (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais), Cláudio Wagner de Castro, explica que a instituição, desde 2010, vem trabalhando com as regiões produtoras para a criação de estratégias que promovam o desenvolvimento e diferenciação relevante para as localidades e os produtos.
 
Os cafés de origem controlada são produtos com terroir, produzidos em áreas demarcadas (com características específicas de solo, clima e relevo), tudo isso alinhado à cultura do território e ao saber fazer. A origem controlada é única e pertence aos produtores. Por isso, além de valorizar o café, valoriza também a região. Os consumidores que adquirem produtos de origem controlada passam a ter referência em outros aspectos, além da qualidade.
 
“Um café de origem controla um produto com identidade e nosso objetivo é apresentar as origens produtoras de Minas Gerais ao mundo. Berlim, nesta época do ano, é palco de eventos com visibilidade mundial, como o Festival de Cinema e a Fruit Logistica”.
 
Europa
 
Segundo Castro, foi firmada uma parceria com a KaDeWe, segunda maior loja de departamento da Europa, voltada para os consumidores de alto poder aquisitivo, onde os cafeicultores terão uma ilha para expor os cafés de origem das três regiões produtoras. O período de exposição será de 30 de janeiro a 11 de fevereiro.
 
Em dois dias do evento, a barista Nicole Battefeld, segunda melhor colocada no concurso de barista de Berlim, vai preparar de diferentes formas o café mineiro e, junto aos cafeicultores, apresentará os grãos.
 
“Expor o café na KaDeWe, é uma grande oportunidade, já que a loja é voltada para a população de alto poder aquisitivo, sendo uma vitrine para os produtos. Nós estamos vendendo um produto com origem, rastreável, onde é possível identificar a história da região e do cafeicultor, da origem do café e como o grão foi produzido, o que é muito valorizado na Alemanha”.
 
Divulgação - Em parceria com a embaixada do Brasil em Berlim e a empresa Ally Coffe (do Grupo Montesanto Tavares), também será realizado um cupping, no dia 31 de janeiro, quando serão apresentadas diversas amostras de café destas três regiões. A expectativa é que sejam fechados negócios neste evento, uma vez que contará com a presença de torrefadores e cafeterias da região de Berlim.
 
Outra oportunidade para a divulgação dos cafés mineiros será a apresentação dos cafés das três regiões, com degustações, em duas cafeterias a Röststätte Berlin e na Chapter One Coffee Berlin. Na oportunidade, cafeicultores contarão as suas histórias e como o café é produzido.
 
Nosso objetivo é promover estas regiões produtoras de café que tem origem controlada. Ao fazer um trabalho de apresentar os territórios, estamos colocando o café à venda em um mercado gigantesco e com isso fazendo com que estas pessoas que consomem possam pertencer ao local de origem do produto.
 
Mercado alemão valoriza produto diferenciado
 
A oportunidade de fazer contato direto com consumidores, torrefadoras e cafeterias na Alemanha é fundamental para divulgar e promover as regiões produtoras de café de Minas Gerais, estimulando, inclusive, a geração de novos negócios.
 
As expectativas do superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, são positivas. Ele explica que para as regiões do Cerrado, Mantiqueira e Matas de Minas, que têm estratégia de marca, é fundamental o contato com o mercado consumidor para que possam gerar a percepção das marcas e de demanda pelos cafés.
 
“Particularmente, para a Região do Cerrado Mineiro, faz parte da nossa estratégia ampliar as ações de promoção da Denominação de Origem (DO) e da marca. Vamos com a proposta diferente do mercado de commodity, queremos apresentar de forma detalhada como é constituída a região e a denominação de origem, o processo de produção, como funciona a rastreabilidade, as características do terroir e sensoriais e os diferencias da nossa marca, que podem agregar às dos torrefadores alemães”.
 
Ainda segundo Tarabal, apresentar a região de origem para o público alemão é estratégico, porque a população tem conhecimento dos produtos com denominação de origem e valorizam este diferencial.
 
“A KaDeWe, por exemplo, comercializa diversos produtos com denominação de origem, como queijos, presuntos e vinhos. O consumidor já tem o parâmetro do que significa a denominação de origem. Eles sabem que o selo é um reconhecimento de um produto diferenciado, único e com garantia de qualidade”, disse Tarabal.
 
O cafeicultor Sergio D’alessandro, da Fazenda Bom Sucesso, em Manhumirim, na Região da Matas de Minas, também está otimista com a oportunidade de divulgar  o café da região na Alemanha.
 
“Nos últimos anos foi feito um trabalho intenso para a criação da marca Região das Matas de Minas. Precisamos divulgá-la para o mercado mundial para que conheçam as nossas características e demandem nosso café. Esta será a primeira ação oficial, no exterior, para divulgação.
 
D’alessandro destaca que o café da Região Matas de Minas é naturalmente artesanal, pelo fato de os cafezais estarem localizados em áreas montanhosas, o que exige o emprego da mão de obra durante todo o processo de produção, principalmente na colheita.
 
Ao colherem manualmente a safra, os cafeicultores conseguem separar vários cafés, produzindo microlotes. Além disso, pela região ser montanhosa, o terroir é diferenciado, variando conforme a altitude, clima e solo.
 
“Existe nas Matas de Minas uma diversidade de sabores, com cafés achocolatados, caramelados, cítricos, mais ácidos e menos ácidos. Queremos levar a mensagem das nossas peculiaridades, a qualidade artesanal, o cuidado para produzir um café sustentável e que promove o desenvolvimento coletivo. As famílias se envolvem no processo produtivo, porque o café é tudo para eles. Queremos mostrar isso para o mundo”, disse D’alessandro.

FAEMG


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