Postado em quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A produção mineira de café – entrevista com Breno Mesquita

Engenheiro pelo Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), Breno Mesquita é diretor da FAEMG e do Sindicato dos Produtores Rurais...


Do FAEMG

Engenheiro pelo Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), Breno Mesquita é diretor da FAEMG e do Sindicato dos Produtores Rurais de Santa Rita do Sapucaí. Preside as Comissões de Cafeicultura da CNA e da FAEMG.
 
Qual o cenário atual na produção e comercialização do café, levando-se em consideração o atual cenário econômico e politico?
Tivemos uma safra generosa este ano. Segundo a terceira previsão da Conab, a estimativa é de que o Brasil colha 49 milhões de sacas de café em 2016. Apesar disso, considerando-se que o país consome hoje em torno de 20 milhões de sacas, e exporta cerca de 35 milhões de sacas, fica aí um déficit. Esse déficit é ainda maior se considerarmos que, ao longo dos últimos dois anos, tivemos safras muito baixas devido à seca que assolou o cinturão cafeeiro mineiro e brasileiro. Praticamente todos os estoques que o país tinha foram colocados no mercado para cumprir esse compromisso interno e externo.
 
Como está o preço ao produtor?
É o mesmo de dois anos atrás. Temos sistemas produtivos muito diferentes pelo país, com custos diferentes e precificação também. Este ano, principalmente pela produtividade, o produtor não tem prejuízo na atividade. Há exceções, em algumas cafeiculturas com menos competitividade ou menor produtividade. 
 
O cenário político/econômico do país influenciou o setor de alguma forma?
Sempre influencia. O café é uma commodity. Por isso, um componente importante na composição de preço é o câmbio. Não sofremos muito essa crise interna, mas como todo setor, existem ameaças, e existem também oportunidades. 
 
Qual a expectativa para os próximos meses?
A grande preocupação do setor já é a safra de 2017. Historicamente, será uma safra de ciclo baixo e, agravada por questões climáticas (com ocorrência, inclusive, de geadas em algumas regiões do estado) fez com que as lavouras apresentassem estado vegetativo muito ruim após essa última colheita. Só o tempo irá dizer qual será a produção de Minas e do Brasil, mas o setor já se preocupa porque sabe que será uma safra realmente baixa.
 
O que pode ser feito para amenizar essa perspectiva?
Nossa orientação aos produtores é que eles administrem bem o fluxo dessa safra alta de 2016, atentando aos custos de produção e à gestão de sua atividade. Essa é a única ação que poderá render resultados para o curto prazo. Porém, mais do que isso, é preciso que ele já se programe para o longo prazo, criando para si maior independência das inconstâncias do mercado. Uma grande oportunidade é a produção de cafés diferenciados, comercializados fora da lógica do café commodity. O que era nicho há alguns anos hoje virou tendência, e o Brasil através da diversificação que é marca forte de sua cafeicultura, pode e deve ocupar esse espaço no cenário mundial. E que ele se capacite, se informe e se renove sempre.
 
Como a FAEMG atua em prol do setor?
A FAEMG tem duas linhas de atuação no fomento à cafeicultura. A primeira delas é política, de representação dos sindicatos rurais e dos produtores mineiros, em seus interesses e demandas. Nesse sentido, a Federação atua na busca, junto aos órgãos competentes, por políticas e medidas estruturantes e emergenciais para o desenvolvimento da cafeicultura no estado.

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