Postado em sexta-feira, 21 de outubro de 2016 às 13:41

Quebra da safra de café prejudica a indústria

Falta do grão deve resultar também em alta de 20% nos preços para o consumidor


Do FAEMG

A colheita de conilon somou 8,4 milhões de sacas neste ano, sendo que em 2015 foi de 12 milhões de sacas

A quebra da safra de café conilon e os estoques baixos do arábica estão provocando o desabastecimento das indústrias cafeeiras do País, que já planejam reduzir as atividades. Além da dificuldade de adquirir o grão para processamento, os preços estão em patamares elevados e a expectativa é de um reajuste para o consumidor de no mínimo 20% nos próximos dias. A situação é considerada crítica, uma vez que a colheita do café foi encerrada por agora e para a próxima safra é esperada nova queda produtiva, reflexo do clima adverso nas últimas safras e da bienalidade negativa da cultura.

Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, algumas indústrias já cogitam conceder férias coletivas a funcionários e suspender a fabricação por falta de matéria prima.

“A crise instalada na indústria está comprometendo o mercado brasileiro do café por falta de comercialização do grão. A indústria está começando a parar as máquinas porque não consegue comprar lotes de café para recompor os estoques e produzir. Este cenário de desabastecimento nunca foi visto na historia de café. A situação é crítica e temos poucas perspectivas de retomada da produção no campo, uma vez as lideranças do setor rural afirmam que a próxima safra será ainda menor que a colhida em 2016”.

A falta expressiva do grão se deve à grande quebra de safra observada no Espírito Santo, principal produtor de conilon. Parte da demanda que deixou de ser atendida pelos produtores do conilon vem sendo suprida pelo café arábica, principalmente de Minas Gerais. Porém, os estoques também estão baixos.

A menor oferta dos grãos, tanto arábica como conilon, é reflexo da estiagem atípica registrada nas últimas safras, o que além de reduzir a produtividade dos cafezais no ano safra corrente ainda deixa as plantas debilitadas nos períodos produtivos seguintes.

“A seca severa registrada no Espírito Santo fez com que a colheita de conilon somasse 8,4 milhões de sacas em 2016, enquanto ano passado foi de 12 milhões de sacas. Então foi uma quebra de 5 milhões de sacas, o que vem provocando todo este desabastecimento. Somente a indústria de torrado e moído consome de 7 milhões a 8 milhões de sacas por ano e de solúvel em torno de 4 milhões de sacas só do tipo conilon. As empresas estão buscando alternativas, comprando maior volume de arábica, que tem preços mais valorizados”.

Com a demanda maior que a oferta, os preços pagos pelo café estão em alta. Herszkowicz explica que entre o dia 17 e 18 de setembro, a cotação do conilon aumentou expressivos 8% ou R$ 50 por saca de 60 quilos, com o volume comercializado ao preço recorde de R$ 507.

Com a elevação, a diferença entre os valores das variedades foi de apenas R$ 8 reais por saca, com o arábica negociado a R$ 515 por saca de 60 quilos. No caso do arábica, a alta foi de 4,6% em relação ao início do mês e de 8,6% frente o valor praticado em igual período do ano passado.

FAEMG


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