Postado em 9 de fevereiro de 2023

Pare de buscar aprovação!

Autor(a): Diva Paiva

 A busca de aprovação é um jogo perigoso. Tenha consigo que somente você pode se aprovar ou reprovar nas infinitas situações da vida. Pergunte a si e a mais ninguém se você tem valor, se você é bom, se fica bem de chapéu. Pergunte a si mesmo! E quando vierem as críticas, não se intimide, confira consigo mesmo e não acredite na opinião alheia em primeiro lugar. Porém, esse “perguntar a si mesmo”, exige certa experiencia. Pratique!

Torne-se seu próprio “alter ego”, seu melhor amigo, seu próprio conselheiro e você deixará de estar nas mãos dos outros. Sim. Enquanto precisarmos do consentimento do outro para nos sentirmos bem, somos obrigados a pagar com nossa eterna subserviência. Concordando vezes demais, até mesmo tendo que bajular ou mudar nossa opinião para não “perder a amizade”. Pois é, quantas vezes você já ficou ansioso ou deprimido quando alguém discordou de você...

Somente quando você se acostumar a conferir consigo mesmo o seu valor, sem necessitar da aprovação de alguém, é que deixará de ofender-se por qualquer coisa. Ao ser criticado, ser menosprezado, ser interrogado ou mesmo ser supervalorizado, pergunte a si mesmo: Qual é a minha opinião sobre isso? Pois é a sua opinião que importa quando é sobre você.

Em contrapartida você não se sentirá mais obrigado a validar tudo que eles dizem. Nem cairá na conversa de um vendedor hábil que o obrigaria a comprar algo que você não quer, só para não ficar chato. Lembre-se, existe alguém dentro de você que se aprova, isso é tudo.

O medo de desagradar reside nas profundezas de nossa mente, vindo à tona todas as vezes que os outros acionam nossos gatilhos. Por exemplo, quando alguém não sorri, não dá papo ou mantém a cara fechada, ficamos inseguros e culpados porque estamos validando de mais a opinião do outro. Não deixe que os outros digam a você quem você é e o que você deve sentir e pensar.

Quando somos criados em um ambiente hostil desenvolvemos um jeito adaptativo de querer ser agradável demais, nos desculpar vezes demais, agradecer demais... Dourar a pílula e até mesmo, fingir o que não sentimos.

Não quer dizer que vamos nos tornar rebeldes, negacionistas, chatos de galocha. De jeito nenhum, precisamos muito de ouvir o mundo, ouvir o que o médico tem a nos dizer, o que o professor tem a nos ensinar, precisamos cumprir as leis de trânsito e as boas maneiras, é natural e bom para todos.

“Ouvir a nós mesmos” é não se identificar com os rótulos que tentam pregar em nós. Pense bem, quem erra não é o erro, é apenas a pessoa que cometeu o erro, não se identifique com o erro, apenas arque com as consequências e siga em frente. Por isto não se menospreze quando tirar uma nota menor, quando for reprovado num concurso, nem tão pouco se endeuse na vitória. Pergunte a si mesmo: Eu sou isso? Sou a nota da prova? Sou o erro? Sou o acerto? Não sou. Tudo isso são rótulos, apenas níveis de desempenho. Eu sou algo mais. Algo que está além da inteligência, além do corpo, sou algo que está além do desempenho. Eu sou um ser, não sou um rótulo. Um ser humano, espiritual, e não um rótulo. Isso é libertador.

Nesse tema, o Yoga oferece uma técnica de meditação onde você se senta, fecha os olhos e fica por um longo tempo mergulhado na sensação do ser e indagando mentalmente: “Quem sou eu”? Ou Átma-Vichára, em sânscrito.

* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Alfenas Hoje

Diva Paiva
Professora de Yoga


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