Postado em terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Major usa tribuna para rebater acusação de agressão de PMs
O comandante da PM, Major Daniel Paulino de Souza, usou a tribuna da Câmara para rebater acusação.
Alessandro Emergente
O comandante da 18ª Companhia de Polícia Militar Independente, Major Daniel Paulino de Souza, usou a tribuna da Câmara Municipal na sessão legislativa de segunda-feira para rebater acusação de que policiais da corporação teriam agredido e torturado um homem de 54 anos.
No mês passado, o vereador José Batista Neto (PMDB) acusou, em plenário, dois PMs de terem agredido um homem “aparentemente idoso” na avenida Lincoln Westin da Silveira no dia 9 de novembro. Afirmou que o homem teria ficado com as costelas quebradas.
Após a acusação em plenário, a Câmara Municipal chegou a encaminhar um ofício, com manifestação de repúdio, à PM.
Na Tribuna
O Major disse, nesta segunda-feira ao ocupar a tribuna, que as acusações não foram comprovadas e que o vereador não teria presenciado a suposta agressão e que suas acusações foram feitas com informações de terceiros. José Batista não estava presente na sessão desta segunda devido a problemas de saúde.
Foto: Alessandro Emergente

O Major Daniel Paulino de Souza ao usar a tribuna da Câmara Municiapal
Segundo o Major, a PM instaurou processo de investigação da denúncia e que o próprio vereador foi ouvido, mas as acusações, que incluíam tortura, não foram confirmadas. Nem mesmo a informação de que o homem teria tido as costelas quebradas foi confirmada.
O Major Daniel disse que o homem de 54 anos é usuário de drogas e que o vê como vítima das drogas. Declarou que, na ocasião em que o homem foi detido, houve tentativa de fuga e que o mesmo acabou caindo em uma cerca com arame farpado. O próprio irmão do homem detido não quis acompanhar a condução dele até à Delegacia de Polícia.
Uso da Força
O comandante da PM disse que a Polícia Militar de Minas Gerais não é “truculenta” e que as disciplinas que envolvem direitos humanos são significativas na formação dos policiais. Mas lembrou que o uso da força é “monopólio do Estado” e que os PMs podem utilizá-la dentro da legalidade quando houver necessidade.
Ao ser questionado pelo presidente da Câmara Municipal, Vagner Tarcísio de Morais (Guinho/PT), sobre como seria o uso da força, o Major disse que a força só é utilizada em caso de resistência e de reação a ação da PM. Afirmou que o uso da força é “compatível com a força contrária”.
“Somos legalistas (...) mas temos que agir com energia”, disse o comandante da PM ao afirmar que a Polícia Militar tem feito um intenso combate ao tráfico de drogas, tido como um dos principais problemas a ser enfrentado. Afirmou, inclusive, que a PM vai potencializar suas ações em áreas como os bairros Pinheirinhos, Recreio Vale do Sol e Santa Luzia.
O vereador Jairo Campos (Jairinho/PDT) disse que o proposto, na sessão em que houve a denúncia do vereador José Batista, foi que fosse encaminhado um ofício a PM para apurar o fato. Disse que “voto de pesar” teria que ser aprovado em plenário o que não aconteceu.

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