Postado em terça-feira, 15 de março de 2022
às 14:02
Coordenadora do CRAS Alvorada usa a tribuna para falar sobre violência contra a mulher
O uso da tribuna da Câmara Municipal foi uma das ações no Dia Municipal Marielle Franco.
Alessandro Emergente
A coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Alvorada, Claudineia Eliza Pereira, usou a tribuna da Câmara Municipal de Alfenas, na noite de segunda-feira, para falar sobre a violência contra as mulheres como uma das ações em lembrança ao Dia Municipal Marielle Franco - Dia de Enfrentamento às violências contra as Mulheres Negras".
A data foi incluída no calendário oficial de Alfenas no ano passado, após a Câmara Municipal aprovar o Dia Municipal Marielle Franco - Dia de Enfrentamento às violências contra as Mulheres Negras". A data simboliza a luta das mulheres, vítimas de violência.
Várias cidades do país também incluíram, em seu calendário, 14 de março como dia enfrentamento da violência contra mulher, simbolizada por Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada no Rio de Janeiro há quatro anos. O crime também é considerado um atentado a democracia, uma vez que Marielle estava no exercício do seu mandato.
Até hoje as investigações não foram concluídas. Apesar dos executores, integrantes da milícia, já terem sido presos, os mandantes ainda não foram identificados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que conduz o inquérito. A organização Anistia Internacional, que realizou um ato na segunda-feira no Rio de Janeiro, cobra justiça pela morte de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes.
Além de remeter a violência contra a mulher e contra a democracia, o episódio também remete a casos de intolerância. Uma das cenas mais marcantes das eleições de 2018 foi quando dois candidatos quebraram uma placa em homenagem Marielle Franco. Os dois foram eleitos: Rodrigo Amorim para Assembleia Legislativa do Rio e Daniel Silveira para a Câmara dos Deputados. Ambos foram eleitos pelo PSL, na época tendo Jair Bolsonaro como candidato à presidência da República.
Em sua exposição, Claudineia apresentou um dado que mostra o problema a ser enfrentado: 73% das vítimas de homicídios são mulheres negras, segundo o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP). A estatística revela que há reprodução nas formas de desigualdades, de acordo com a conclusão do estudo.
Na tarde de segunda-feira foi realizado um ato simbólico de criação do espaço "Bosque Marielle Franco", com plantio de árvores, em frente a unidade da Unifal (Universidade Federal de Alfenas) no bairro Santa Clara.
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