Bloqueio no orçamento provoca corte de 148 bolsas de pesquisas na Unifal

Da Redação

O contingenciamento no orçamento da União, que bloqueou recursos para educação, já provocou o corte de bolsas de pesquisa de estudantes de graduação e pós-graduação na Unifal (Universidade Federal de Alfenas). Esses recursos incluem desde verba para a iniciação científica da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais) na graduação até as bolsas pós-graduação financiadas pelo governo federal.

Dos 700 alunos da pós-graduação da Unifal, apenas 25% conseguem a verba para pesquisar. "Sem bolsa, não há aluno, sem aluno não há produção, sem produção científica de qualidade, o programa realmente passa por dificuldades e pode chegar até o momento de ser fechado", disse o coordenador de pós-graduação, Luiz Felipe Coelho, em entrevista à EPTV.

No campus de Varginha, o curso de Economia foi fortemente impactado com a perda de 100% das bolsas. Além desse, pesquisas na área de saúde também sofrem com a falta de verbas. Estudos da pós-graduação sobre doenças como alzheimer e epilepsia também sofreram cortes.

Um dos projetos que perdeu financiamento é um que estuda um dispositivo para aliviar a dor, que é mais acessível para o SUS. Sem bolsas para que pesquisadores se dediquem exclusivamente aos estudos, muitos pesquisadores são obrigados a abandonarem seus projetos. Hoje, o único aluno é o médico Carlos Marcelo de Barros. Recentemente, ele coordenou um estudo publicado editora Atheneu, que reuniu mais de 100 autores.

Em maio, o Alfenas Hoje noticiou um impacto em torno de R$ 11 milhões a menos no orçamento da Unifal com a adoção do contingenciamento. Essa situação provocou a demissão de servidores terceirizados, além de afetar as áreas de pesquisa, assistência estudantil e até serviços prestados a população, como serviços odontológicos. O assunto foi tema de audiência pública na Câmara Municipal.