Postado em quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017 às 21:09

Colega de trabalho e companheira mataram maratonista, conclui Polícia Civil

A ossada do maratonista foi encontrada e seis pessoas foram presas.


Alessandro Emergente

A Polícia Civil concluiu, nesta quarta-feira, as investigações sobre o assassinato do maratonista João Vicente dos Santos (Joãozinho), de 52 anos, que estava desaparecido desde o dia 26 de outubro. A ossada do maratonista foi localizada na região do bairro Cascalho, região abrangida pelo Lago de Furnas. Seis pessoas estão presas.


As investigações apontam para crime passional e não latrocínio como suspeitava a Polícia. O assassinato, segundo as investigações, foi cometido pela técnica em enfermagem Mariângela Fernandes, 29 anos, e pela companheira dela, Pâmela Maria de Lima Gonçalves, 33 anos. Elas confessaram que mataram Joãozinho após uma emboscada.

De acordo com a versão, o maratonista, que era técnico em enfermagem, teria insistido com a colega de trabalho, Mariângela Fernandes, para ter um caso extraconjugal com ela. A mulher atraiu Joãozinho para um quarto de motel, onde ele foi morto.

A então companheira de Mariângela, Pâmela, ficou escondida no porta-malas do carro e, no motel, participou do homicídio. O maratonista foi assassinado com uma injeção letal. Antes, porém, Mariângela teria dado um sonífero para a vítima. “Ele dormiu e nisso a Pamela, que estava no porta-malas, veio e aplicou uma injeção letal nele", explicou Rômulo Bruno Lima, investigador da Polícia Civil.

As buscas pelo corpo foram feitas no decorrer do dia com a presença de Pamela e Mariângela (Fotos: Polícia Civil)


Após o crime, as duas mulheres pediram ajuda de outras quatro pessoas para enterrar o corpo de Joãozinho e desaparecerem com o carro dele. O veículo foi localizado em chamas no dia do crime. Já o corpo da vítima foi enterrado em um canavial próximo a Serrania, mas com a repercussão do caso, foi desenterrado dois meses depois do crime e enterrado novamente no bairro Cascalho, onde foi localizado nesta quarta-feira.

As outras quatro pessoas presas por terem ajudada na ocultação do cadáver são Blendo Max Augusto de Oliveira, 22 anos, João Marcos Silva, 23 anos, Rosangela Augusta de Oliveira, 44 anos, e Alexsandro Moreira Klen (conhecido como “Passarinho”), 22 anos, preso no início de fevereiro devido a outra investigação. Todos tiveram a prisão temporária acatada pela Justiça e foram encaminhadas para o Presídio de Alfenas.

 A ossada de Joãozinho (em destaque) foi encontrada no bairro Cascalho (Fotos: Polícia Civil e Arquivo/Alfenas Hoje)


Uma sétima pessoa, Allana Mara da Cunha, 21 anos, foi ouvida e liberada. Ela também é suspeita de ajudar na ocultação do corpo da vítima, mas como a suposta participação dela foi apurada durante as diligências desta quarta-feira, não havia mandado de prisão contra a suspeita.

Batizada de Operação Maratona, as diligências desta quarta-feira começaram às 6h da manhã com o cumprimento de seis mandados de prisão temporária e mandados de busca e apreensão. O trabalho da Polícia Civil teve continuidade até às 15h, com interrogatórios e buscas pelo corpo no Cascalho, numa região de difícil acesso.


O delegado Márcio Bijalon, responsável pela investigação (Foto: Reprodução/EPTV)


De acordo com o delegado Márcio Bijalon, responsável pelo caso, após o crime, Mariângela e Pâmela terminaram o relacionamento, o que facilitou as investigações. "Parece que a Mariângela terminou com a Pamela, começou outro namoro e a Pamela ficou um pouco mais revoltada. Foi ai que a gente começou a puxar as pistas", explicou durante uma entrevista coletiva nesta quarta.

As investigações duraram quatro meses. Para o delegado, o caso está esclarecido. Mariângela e Pâmela responderão por homicídio e os outros quatro envolvidos, por ocultação de cadáver, além de alguns deles responderem acusação por furto, uma vez que objetos pessoais da vítima foram levados. A aliança e o aparelho do maratonista foram localizados durante a fase de investigação.



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