Quer aprender o valor da verdade, Satya?

Autor(a): Diva Paiva

 Sei que é espantoso o que vou dizer sobre Satya. Sim, existe um voto de nome Satya, cuja prática é dizer sempre a verdade. Calma, é só para quem quer ser um yogin, o praticante de Yoga comum não precisa adotar, pois, é um voto voluntário, que vai atender só aos mais radicais. Sabe aquela pessoa que faria tudo para adquirir certos poderes? Então, Satya confere credibilidade. Poder da palavra.

Porém a prática de Satya não é “sincericídeo”, não é jogar tudo na cara dos outros, é dizer o que é certo. Pois a verdade não dói. As palavras que machucam são aquelas injustas e discriminatórias. Por tanto, praticar Satya é também praticar generosidade.

Talvez você se pergunte, como ser verdadeiro e generoso, ao mesmo tempo? Sendo. É um aprendizado. Satya quer dizer, não se desviar da verdade. Ser verdadeiro com os outros e consigo mesmo. Ser fiel a si mesmo. Ater-se aos fatos como eles são, não inventar, não interpretar erroneamente, não distorcer a realidade. Ter a palavra como algo sagrado. É um caminho evolutivo.

Está escrito que a palavra governa a existência, toda palavra, a comunicação verbal. Ela tem a máxima importância na ordem cósmica. Está nos Vedas, a palavra rege o firmamento, a terra, o ar e o cosmos. As tradições apontam para o poder da palavra. Não podemos ignorar, está até mesmo na Bíblia, “a boca fala do que está cheio o coração”.

Mas, a palavra é plástica, moldável e nós humano o sabemos muito bem. Através de um bom recurso de oratória podemos levar um grande público a mudar de ideia, até mesmo de atitude, é notório, vemos todos os dias, a palavra é instrumento das intensões humanas. Ela nos faz sorrir e nos faz chorar. Vende muitos espetáculos. A palavra pode seduzir.

E tem outra coisa, em nossas leis atuais a mentira não é crime, nem poderia ser. Mas, é uma vergonha. Pra quem é pego na mentira é um vexame. Porque temos um código moral e ético, ele nos guia muito mais do que imaginamos. Por isso fazemos tudo para encobrir nossas pequenas ou grandes mentiras.

Acredito que seja impossível ser totalmente verdadeiro, porque nem sempre sabemos tudo, mesmo assim, precisamos opinar. Aliás, achamos que temos que dar nosso veredito em tudo. E também temos que ser engraçados, originais e sabidos. O que vão pensar sobre nós? Que somos tolos, ignorantes? Por isso mentimos até sem saber.

Mas os preceitos de Satya vêm auxiliar aqueles que realmente querem encontrar a verdade sobre si mesmo. Tente praticar esses preceitos por longo tempo e obterá uma visão clara e direta sobre a vida. Basta “eliminar de sua fala a vaidade, exageros, pretensões, equívocos e meia-verdades. Exclua o vago, o confuso, o embaralhamento dos pensamentos e palavras. Ajuda também se distanciar daquilo que é fantasioso como os filmes e a literatura ficcional, que o leva a perder muito tempo no mundo da imaginação. Outra coisa, mantenha-se distante das conversas vazias e superficiais.”

Para tanto, “ocupe-se apenas em consolidar seu espírito na verdade”.


* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Alfenas Hoje