Postado em quinta-feira, 29 de julho de 2021
às 15:03
77% das lavouras atingidas pelas geadas são do Sul de Minas
Situação ainda pode ser agravada com novas geadas previstas para essa semana.
Da Redação
A maior parte das lavouras de café afetadas pelas geadas na semana passada estão localizadas no Sul de Minas. De acordo com um levantamento emergencial dos danos sofridos, realizado pela Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), 77,8% das plantações afetadas no Estado estão no Sul de Minas. Outros 21% estão localizados no Triângulo Mineiro e no Alto Paranaíba.
De acordo com o relatório, estima-se que a geada afetou, aproximadamente, 156,3 mil hectares, o que corresponde a 17,2% da área ocupada com cafeicultura na região abrangida pelo levantamento. Os técnicos da Emater-MG em todos os municípios atingidos pelas baixas temperaturas estão orientando e auxiliando os produtores rurais para lidar com os impactos negativos das geadas, sobretudo para aqueles que têm atividades com financiamento bancário, acompanhado de seguros em caso de situações climáticas extremas.
O levantamento feito pela Emater-MG mostra que cerca de 9,5 mil produtores tiveram áreas de cafeicultura atingidas pela geada. Além disso, metade desses cafeicultores precisará recorrer a crédito ou seguro rural para fazer frente aos danos constatados.
Suporte
O diretor-presidente da Emater de Minas Gerais, Otávio Maia, afirma que a empresa está unida aos demais órgãos e entidades vinculadas à agricultura, nos esforços em busca de suporte a todos os produtores rurais. A Emater-MG está realizando um levantamento mais aprofundado sobre o impacto nas lavouras, principalmente de café, e também sobre os prejuízos em outras culturas, como hortaliças e frutas.
“Já estamos disponíveis para fornecer os laudos necessários, tanto para os prefeitos decretarem estado de calamidade, e também para os agricultores terem o respaldo na liberação de seguro rural e financiamento para a recuperação das lavouras. Além disso, os técnicos estão fornecendo todas as orientações, numa força-tarefa, para que os produtores possam retomar suas atividades, em especial na cafeicultura, que responde pela maior parte do Produto Interno Bruto da agropecuária no estado de Minas”, afirma Otávio Maia.
No último dia 23, o presidente da Emater-MG esteve em Alfenas, reunido com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e a secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, além de representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de outras entidades e parlamentares ligados ao setor agropecuário. O grupo viu de perto os danos nas lavouras atingidas pelas geadas e discutiu ações emergenciais para auxiliar os produtores a superar a situação vivenciada.
Para solicitação de seguro e crédito rural específicos contra os efeitos das geadas, a principal orientação, no momento, é que os produtores façam um levantamento das áreas atingidas em suas propriedades, incluindo registros fotográficos, que serão úteis na elaboração dos laudos de perdas de produção.
Novas geadas
Os produtores rurais de Minas devem se preparar para uma nova onda de baixas temperaturas e formação de geadas nesta semana. A informação é do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). O alerta indica que a onda de frio intenso afetará com mais intensidade as mesorregiões Sul de Minas, Triângulo Mineiro, centro/sul das regiões Central e Metropolitana, Oeste, Campo das Vertentes e Zona da Mata.
A previsão é de que 541 municípios mineiros registrem de 10ºC até temperaturas negativas, com formação de geadas moderadas a fortes. Os modelos meteorológicos de previsão de tempo apontam para a ocorrência de temperaturas negativas de forma generalizada no Sul de Minas e no Campo das Vertentes nas madrugadas dos dias 30 e 31 de julho, o que deve provocar geada de média a forte intensidade nessas mesorregiões.
Cartilha
A Emater-MG elaborou uma cartilha para os produtores afetados pelas geadas. Uma das principais recomendações, neste momento de emergência, é se informar se a área atingida está coberta por seguro agrícola e não realizar nenhuma intervenção na lavoura antes da perícia técnica do profissional habilitado para avaliar os danos.
Para facilitar o levantamento dos prejuízos, é interessante elaborar um desenho, se possível com informações georreferenciadas dos talhões e das áreas atingidas, além anexar registros fotográficos, de preferência com data. No momento, não é indicado realizar nenhum trato cultural, como poda, recepa ou erradicação de plantas. O conteúdo completo da cartilha pode ser acessado neste link.
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