Postado em segunda-feira, 26 de julho de 2021 às 11:11

Estimativa inicial aponta que 30% das lavouras de café foram atingidas pela geada

Especialistas alertam que é preciso aguardar mais alguns dias para mensurar o prejuízo. Há casos, porém, de 70% da produção queimada.


 Da Redação

Os produtores de café do Sul de Minas ainda estão contabilizando os prejuízos causados pelas geadas registradas nos últimos dias. Mas especialistas apontam que 30% da lavoura cafeeira na região foi atingida e, em alguns casos, a produção de café pode ficar comprometida nos próximos anos.

“Será necessário aguardar alguns dias para mensurar o prejuízo real causado pela geada, mas acreditamos que cerca de 30% das lavouras foram atingidas. Alguns produtores perderam até 100% da colheita de 2022, que já era considerada uma supersafra”, explica João Paulo Alves de Castro, Gerente Comercial e Engenheiro Agrônomo da Coopercam.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), as cidades que registraram as menores temperaturas no estado foram Maria da Fé, Monte Verde e Passos. Mas, isso não impediu que outros locais fossem afetados, como as lavouras de café. Campos Gerais, Campo do Meio, distrito de Córrego do Ouro e cidades vizinhas, que fazem parte da área de atuação da Coopercam, sofreram geadas durante a semana. 

Geada no Sul de Minas: Coopercam avalia prejuízos na cafeicultura (Foto: Divulgação Coopercam)


O Sistema Nacional de Meteorologia divulgou, na semana passada, que as temperaturas iriam registrar quedas devido à massa de ar frio de origem polar seca. Na madrugada de terça-feira (20), o frio intenso provocou geadas em alguns municípios do Brasil, inclusive no Sul de Minas.

A estimativa inicial, de que 30% das lavouras foram atingidas, é compartilhada pela Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais). Porém, há casos em que 70% da produção queimada pelas geadas.

A produção cafeeira para o ano que vem está comprometida. A expectativa é de uma queda entre 4 e 7 milhões de sacas na produção em 2022. Em alguns casos, as geadas atingiram o caule da planta e, por isso, será necessário a recepa (um tipo de poda drástica em cafeeiros, já que promove o corte baixo do tronco da planta, com isso sendo perdida toda a copa). Com isso, a produção para os anos seguintes ficará comprometida. 

Governo federal vai quantificar as perdas para definir ações de apoio aos cafeicultores (Foto: Divulgação/Ministério da Agricultura)


Como o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, a geada causa impacto internacional. Com a possibilidade de queda na produção, o mercado já ameaça aumentar os preços da bebida.

Em Alfenas, a Frente Parlamentar do Café reuniu a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e a secretária de Estado da Agricultura, Ana Valentini. A ministra disse que o governo buscará soluções para as perdas dos produtores de café que tiveram prejuízos com as geadas. 

Recomendações

A geada pode trazer um efeito drástico na planta, pois causa o congelamento nas células da folha, ramos e troncos. Com a abertura do sol, as células explodem e pode causar a morte das folhas.
“O produtor, neste momento, deve esperar de duas a três semanas antes de fazer qualquer manejo na lavoura de café. É preciso avaliar qual foi a intensidade dessa geada e até que ponto ela chegou na planta. Portanto, recomendamos aguardar e não fazer nenhum tipo de manejo”, aconselha Castro.



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