Postado em quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020
às 13:15
Mentir demais é sinal de doença que precisa ser tratada
Mentir faz parte da natureza humana, mas quando vira compulsão, pode ser sinal de uma doença chamada mitomania.
Segundo especialistas, a mitomania, ou doença da mentira patológica, é um transtorno psicológico caracterizado pelo ato compulsivo de mentir. Alguns casos são tão graves que a pessoa mente até mesmo sobre questões de saúde, fingindo algum surto, amnésia ou doença física, fraudando inclusive exames médicos para “validar” a mentira.
Embora sejam “apenas” mentiras, é muito fácil acreditar no que os mitomaníacos dizem, mas então, como não cair na lábia deles?
Pegar na mentira
Quem escuta uma mentira muitas vezes sente uma pulga atrás da orelha e, para saber se a desconfiança tem fundamento, os psiquiatras alertam para as características sobre as mentiras sustentadas pelos mentirosos patológicos:
As histórias contadas não são inteiramente improváveis pois contêm referências à realidade.
As aventuras imaginárias se manifestam em várias circunstâncias e de uma maneira crônica.
O tema das aventuras é variado, mas o mentiroso acaba sempre se pintando como herói.
As histórias não são usadas para obter vantagem ou recompensa.
Ao contrário do que se pensa, os mitomaníacos não mentem para conseguir algo a qualquer preço, mas sim o fazem por vício e por prazer de mentir.
Já os sociopatas mentem com o intuito de persuadir as pessoas, em troca de algo ou objetivo.
De qualquer forma, os cientistas dizem que a mitomania está relacionada a transtornos de personalidade, porque os mentirosos compulsivos inventam mentiras para se sentirem aceitos e interagirem melhor em grupos. Sendo assim, fica difícil mesmo saber em que tipo de patologia, ou de distúrbio de personalidade, a mentira compulsiva é sintomática.
Se mentir demais é uma doença, como diagnosticar?
O diagnóstico para a doença da mentira patológica é feito por psicólogos e psiquiatras, mas mesmo assim é difícil de identificar essa doença.
Quando isso acontece é porque o mitômano continua mentindo, mesmo quando suas mentiras já foram reveladas.
Outro fator que ajuda no diagnóstico é o teor das mentiras, pois muitas vezes elas são extremamente fantasiosas e incongruentes (o que talvez possa ser sintoma de um problema ainda maior).
Vale ressaltar que “mentiras sinceras”, como dizia Cazuza, todo mundo comete. É aquela mentirinha social que não faz mal à ninguém. Já quando a mentira é constante, tem o dolo de prejudicar alguém ou, mesmo não prejudicando terceiros prejudica o próprio mentiroso, é bom ficar de olho. Ninguém é feliz fugindo da realidade.
Existe tratamento para não mentir?
O tratamento para a mitomania é difícil, pois os mentirosos compulsivos não entendem que isso é uma doença e nunca pedem ajuda. Normalmente quando o fazem é porque tiveram contato com algum psiquiatra, ou porque tiveram problemas com as autoridades.
Além disso, suas mentiras complicam a vida social, seja em família ou relacionamentos, nos quais as pessoas com as quais convivem o mentiroso, passam a não confiar mais nele e rompem relações.
Como lidar com pessoas mentirosas?
Se você convive com pessoas mentirosas ou se identificou com o perfil do mitomaníaco, tome cuidado para não se influenciar e saiba como agir para não piorar a situação. Especialistas em coaching e autoconhecimento dão dicas sobre o assunto:
Saiba ouvir – quando estiver conversando com alguém, ouça atentamente o que a pessoa tem a dizer e preste atenção na conversa para identificar se o que a pessoa está falando faz sentido.
Se o assunto não agradar, peça licença e retire-se educadamente.
Não julgue – Entenda os motivos para ela estar contando tal história e procure compreender para que possa ajudar ao invés de julgar.
Quebra de confiança – Se conseguir provar que a pessoa está mentindo, mas tiver a intenção de manter contato com ela, deixe claro que a confiança ficou abalada e peça para ela se comprometer a falar sempre a verdade. Ela não conseguirá cumprir logo de início, mas com o tempo e a ajuda certa, ela pode conseguir.
Proponha ajuda – Se a pessoa de fato quiser manter sua amizade e recuperar sua confiança, com certeza aceitará a sua ajuda, mas é importante que ela queira mudar.
Comprove os fatos – Além de ouvir, é preciso saber filtrar o que as pessoas mentirosas falam. Procure saber se o que elas dizem é verdade. Se possível faça uma breve investigação, pois só assim poderá se proteger delas.
Proteja-se – Falando em proteção, é muito comum encontrar pessoas que inventam histórias sobre outras pessoas e acabam prejudicando a elas no futuro, principalmente no ambiente de trabalho. Para evitar esse tipo de problema, aprenda a se proteger. Registre mensagens, e-mails e documentos que comprovem a verdade a seu respeito e apresente quando for necessário.
Converse – Outra forma de ajudar pessoas que mentem demais é conversar com elas e fazê-las ter a consciência de que vivem mentindo. Apresente os fatos encontrados de forma sutil, sem acusar, mas sim mostrando que esse tipo de comportamento pode ser grave e que pode ser controlado.
Sugira um bom profissional – Pode ser que não consiga ajudar o mentiroso compulsivo a se livrar desse mau hábito. Por isso, procure um psicólogo, psiquiatra ou um profissional de coaching habilitado para conversar sobre essa pessoa a fim de aprender como ajudá-la ou até mesmo saber como convencê-la a marcar uma consulta com um desses profissionais.
De toda forma, uma mentirinha ou outra, apesar de feio, é normal, desde que não faça mal a pessoa alguma. Quando vira um hábito e toma proporções maiores, é sinal de que alguma coisa não vai bem e precisa ser investigado. Mentir para proteger alguém ou para evitar problemas maiores, não é perigoso, do contrário pode ser um caminho sem volta para a desconfiança.
Credibilidade nos relacionamentos também é sinal de saúde!
Fonte: Greenme
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