Postado em domingo, 10 de fevereiro de 2019
às 11:11
Dívida com o Samu foi acumulada nas duas últimas gestões, afirma ex-vice-prefeito
O montante da dívida é compartilhado pelo governo atual e anterior, segundo dados apresentados por Décio Paulino.
Alessandro Emergente
A dívida da Prefeitura de Alfenas com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que provocou a suspensão de parte dos serviços prestados, foi acumulada nos últimos oito anos pela atual e pela gestão anterior. A informação, a partir de documentos oficiais, foi dada pelo vereador Décio Paulino, que foi vice-prefeito durante o governo anterior.
De acordo com os documentos, obtidos pelo vereador em abril do ano passado, o débito começou a ser acumulado em 2014, ainda na gestão do ex-prefeito Maurílio Peloso (PDT), e continuou com o atual prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT). O montante chegou, de acordo com os documentos obtidos, a R$ 929 mil – sem considerar as correções por perdas inflacionárias. Em janeiro deste ano foi anunciado uma dívida de R$ 955 mil.
Evolução da dívida
Em 2014, a municipalidade deixou de repassar R$ 52,3 mil e, no ano seguinte, R$ 168,3 mil. No terceiro ano seguido de acumulação de dívida, o valor não repassado atingiu R$ 234,5 mil, totalizando R$ 455,2 mil durante a gestão anterior.
A dívida fez com que o Samu suspendesse parte dos serviços para Alfenas (Marcus Ferreira/Divulgação)
Já sob a gestão do atual governo foram, ao menos, mais R$ 473,8 mil acumulados. Até a data do documento obtido pelo vereador em abril do ano passado o débito totalizava R$ 770,5 mil. Mas as cifras já chegam ao algo em torno de R$ 929 mil. Foram R$ 236,1 mil no primeiro ano de governo e mais R$ 237,6 mil.
Debate em plenário
As informações do vereador foram durante a sessão legislativa do último dia 28, quando o assunto foi colocado em debate por outros parlamentares. Primeiro o presidente da Câmara Municipal, Fábio Marques Florêncio (Fábio da Oncologia/PP), acusou o governo anterior de ser responsável por metade da dívida, o que foi contestado por Kátia Goyatá (PDT) a partir – segundo ela - de uma informação do ex-secretário de Saúde, Maurício Durval de Sá.
Foi para esclarecer a discussão, a partir de dados oficiais, que Décio entrou no debate apresentando os números. “O nosso governo ficou devendo mesmo (...) Não sei porque não pagaram”, comentou Décio e, na sequência, chegou a ser elogiado pela postura de apresentar transparência em plenário.
No início deste ano o Samu suspendeu parte da prestação de serviços para algumas cidades por atraso nos pagamentos. Entre esses municípios está Alfenas. A medida suspendeu a transferência entre hospitais e o deslocamento aéreo, inclusive para pacientes de alta complexidade. No entanto, os atendimentos de urgência, como acidentes, estão sendo mantidos.
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