Postado em quarta-feira, 26 de setembro de 2018 às 21:09

Participante de movimento feminino contra Bolsonaro denuncia ameaça

O caso foi denunciado junto à Polícia Civil, que deve abrir uma investigação.


Da Redação

Uma integrante de um movimento que organiza um protesto em Alfenas contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da República vem sofrendo ameaças. A denúncia foi registrada nesta quarta-feira após a vítima, que ajudava na organização de um ato no sábado, ter seu perfil nas redes sociais invadido e, em seguida, passou a receber ameaças.

Um grupo de mulheres em Alfenas prepara para sábado um ato público, na Praça Getúlio Vargas, contra a candidatura de Bolsonaro. A vítima, que denunciou a ameaça, disse que seu perfil no Facebook chegou a ser invadido e, com isso, foi feita postagens em nome dela.

As postagens faziam referências negativas a Bolsonaro como "imagina que legal se o Bolsonaro morresse poucos dias antes das eleições" e “o povo de Alfenas tem que se f.... mesmo. Vão votar no m.... do Bolsonaro. Podia ter morrido esse lixo”.

As ameaças foram denunciadas junto à Polícia Civil (Foto: Reprodução/Facebook)


Rapidamente, a vítima, uma mulher de 35 anos, passou a receber ameaças. “Aí sua vagabunda você merece uma facada no meio de XXXXXX coisa feia o que é seu tá guardado vagabunda (SIC)”, dizia uma das ameaças de um perfil que se apresenta como eleitor de Bolsonaro e morador da Cidade do México.

O advogado Daniel Murad, que foi procurado pela vítima, informou que foi registrado um boletim de ocorrência e feita a representação na 2ª Delegacia Regional da Polícia Civil. A vítima deve ser ouvida por um delegado especializado em crimes cibernéticos.

A vítima disse que conseguiu recuperar a senha de sua conta e chegou a postar uma mensagem esclarecendo que a frase não era de sua autoria. Porém, as ameaças, segundo ela, continuaram.

Pelo Brasil
O “Movimento Mulheres contra Bolsonaro” tem crescido e já chegou a 3 milhões de seguidoras no Facebook. Em Alfenas um ato está sendo organizado para ser realizado na Praça Getúlio Vargas. Mas a próprio grupo chegou a ser “hackeado” há cerca de 10 dias, porém foi recuperado.

As notícias sobre atos de intolerância têm se repetido em várias cidades. Em Ribeirão Preto, mais de 10 mulheres, que aderiram ao movimento, procuraram a Delegacia da Polícia Civil para denunciar ameaças. No Rio de Janeiro, uma organizadora do movimento relatou que chegou a ser agredida.

Outra vítima é a cantora sertaneja Marília Mendonça, que passou a relatar ameaças após aderir a campanha #EleNão em referência ao candidato. Após os ataques, a cantora recuou e apagou a publicação contra Bolsonaro.

No domingo, no entanto, um outro grupo, formado por apoiadores de Bolsonaro, prepara uma carreata em Alfenas manifestando apoio ao candidato do PSL. O grupo que organiza a manifestação, no entanto, não teria relação com as ameaças.



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