Postado em quarta-feira, 6 de junho de 2018
às 12:12
Análise: Boa esbarra em suas limitações e deixa evolução em Varginha
Time de Varginha joga mal contra o São Bento e deixa as carências do elenco expostas...
O novo tropeço em casa e o pior início de Série B do Boa Esporte na história aumentou a preocupação da torcida sobre o futuro do clube na competição. Diante do São Bento, a evolução que o time vinha tendo com o técnico Daniel Paulista, em apenas seu quinto jogo à frente do clube, caiu por terra. O Boa jogou mal e deu sorte de não ter perdido a sétima partida na Série B.
Um time que joga em casa e faz um gol logo no 1º lance do jogo, não pode sofrer o empate tão facilmente cinco minutos depois. O gol de empate do São Bento, aos 6 minutos, começou em uma jogada do lateral-esquerdo Paulinho, ex-jogador do Boa Esporte e um dos destaques do clube na competição em 2017.
Na jogada, o lateral teve toda a liberdade do mundo para ir à linha de fundo e cruzar para o cabeceio de Ronaldo. Quando era do Boa, Paulinho já mostrava suas qualidades ofensivas, tanto que em 2017 foi o jogador mais escalado, disputou 34 das 38 partidas do clube na Série B. Diante disso, é estranho pensar que ninguém do clube tenha passado informações à nova comissão técnica sobre o que o jogador poderia fazer em campo. E ele fez.
Após sofrer o gol de empate, o Boa praticamente desapareceu em campo. Foi dominado pelo São Bento, que teve pelo menos três boas chances de ampliar e não aproveitou.
No segundo tempo, o São Bento virou o jogo logo aos 3 minutos, mais uma vez com o atacante Ronaldo. Daí em diante, o Boa acordou e chegou a criar boas chances com Gustavo Oliveira e Alyson. Mas foi em um pênalti marcado sobre Alyson aos 38, que gerou dúvidas, que o Boa aproveitou a chance para empatar e escapar da derrota.
É pouco, muito pouco para um time como o Boa Esporte, reconhecido por montar bons times com poucos recursos e dar vitrine para vários jogadores que despontam no cenário nacional e até no exterior. O Boa hoje é um time em que os zagueiros se destacam mais no ataque do que na defesa, os volantes não passam segurança, o meio criativo é inoperante e o ataque se resume às tentativas de um isolado e esforçado William Barbio.
Analisando friamente, o Boa precisa urgentemente de um meia de criação e um centroavante. Thallyson, que hoje faz a função centralizada do camisa 10, é bom jogador, é rápido, mas não é armador. Contra o São Bento ele mal apareceu e foi substituído no intervalo. Leandro Canhoto, que entrou no lugar dele, apareceu bem fazendo bons lançamentos e mostrando qualidade na bola parada.
E por último: Douglas Baggio não é centroavante. Assim como William Barbio também não. Ygor Catatau teve chances, mas não fez por merecer continuídade no time. No elenco do Boa, talvez o único que possa fazer essa função com qualidade seja Genesis, que entrou no segundo tempo contra o São Bento. Resta saber é se ele tem condições físicas para tal.
Desde o ínicio da Série B, os técnicos Sidney Moraes e Daniel Paulista, utilizaram quatro jogadores diferentes como centroavantes, sem nenhum gol marcado por atletas desta função.
Diante disso tudo, uma coisa é certa: o Boa Esporte precisa melhorar seu elenco e dar mais alternativas para o jovem e bom treinador Daniel Paulista, se não quiser cair mais uma vez para a Série C.
Fonte: G1