Postado em terça-feira, 26 de dezembro de 2017 às 11:50

Número de microempreendedores individuais já chega a quase 100 mil no fim de 2017 no Sul de Minas

Segundo Sebrae, todos os 136 municípios da Regional Sul registraram aumento de MEIs; crise e necessidade de empreender são justificativa...


 O ano de 2017 ainda foi difícil para a economia brasileira, embora os indicadores apontem que tivemos uma tímida melhora nos últimos meses e que o pior já ficou para trás. Mas se tem uma categoria que pode chegar ao fim deste ano em ritmo de comemoração são os microempreendedores. Na contramão da crise, os números do Sebrae mostram que somente em 2017, Minas Gerais ganhou 121,6 mil novos microempreendedores individuais, os MEIs. Só no Sul de Minas, já existem 96.352 deles nos 136 municípios que fazem parte da regional Sul do Sebrae. Em todos, foi registrado o aumento no número de MEIs em 2017.

"O MEI reflete para nós muito esse empreendedorismo, porque são as pessoas que saem da informalidade e vem para a formalidade de alguma forma. Os setores (da economia) que mais cresceram são o serviço, o comércio, o varejista, então você vê que elas vieram de alguma forma para fazer parte desse crescimento", diz o gerente da regional Sul do Sebrae, Juliano Cornélio.

Pouso Alegre, Varginha e Poços de Caldas lideram a lista com maior número de microempreendedores individuais (MEIs):

  • Pouso Alegre - 6.165

  • Varginha - 5.981

  • Poços de Caldas - 5.855

Segundo gerente da regional Sul do Sebrae, Juliano Cornélio, crise favoreceu aumento de MEIs (Foto: Lucas Soares / G1)


Para o gerente do Sebrae, esse aumento está relacionado à necessidade que a crise e a falta dos empregos formais geraram em quem precisa ter uma renda. Foi preciso empreender por necessidade.

"A necessidade obrigou nossos empreendedores a se formalizarem. Hoje não tem espaço mais para o informal tradicional querer se estabelecer no mercado. Hoje você tem deveres e obrigações. Ao mesmo tempo, quando ele se formaliza no MEI, ele tem uma segurança, tanto o homem quanto a mulher, que são questões legais como INSS, tempo de aposentadoria, licença maternidade. Um MEI traz esse arcabouço de benefícios que se torna atrativo para o empresário. A partir do momento em que ele começa a trabalhar de maneira organizada, as portas se abrem para eles", diz Juliano Cornélio.


Facilidade de adaptação ao mercado

Além dessa necessidade, o que contribui para o aumento do número de microempreendedores é a facilidade com que essa categoria tem para se adaptar ao mercado e encarar a crise de frente.

"O que tem sustentado a nossa economia é a micro e pequena empresa neste momento de crise. Porque o microempreendedor e a empresa de pequeno porte conseguem se adaptar às mudanças com maior facilidade em relação às grandes. Nas grandes, o impacto é muito maior no que diz respeito ao processo produtivo, os contratos, que geralmente são grandes. Na pequena, houve uma mudança de perfil ou de modelo de negócios, ela se transforma do dia para a noite, ela inova de maneira mais rápida e sobrevive a uma mudança drástica. Ela adota um novo produto, um novo serviço ou até um modo de atendimento e ela reverte a situação dela", diz o gerente do Sebrae.


Empresário de Varginha investiu em treinamento e equipamentos para sobreviver à crise (Foto: Lucas Soares / G1)


Um exemplo dessa facilidade de adaptação é a empresa de Rodrigo Cardoso Ramos, que trabalha com manutenção e acessórios para celulares em Varginha. Até 2015, a loja trabalhava apenas com o atendimento de garantias de uma gigante sul-coreana de telefonia. Com a restrição do serviço apenas para capitais, o empresário precisou rever sua forma de atuação no mercado para conseguir sobreviver.

"Nós tivemos que mudar o nosso sistema de trabalho. Com o fim das garantias, nós não tínhamos mais demanda para trabalhar, a não ser com os consertos diários mesmo e não justificava ficar aberto, a não ser que viesse alguma inovação. Foi onde buscamos coisas novas e conseguimos reverter a situação da crise", conta o empresário.

A gente costuma falar que a crise existe, mas a gente tem que fazer algo diferente. Neste ano houve crise, mas nós não sentimos tanto, conseguimos superar de forma brilhante.

Com a mudança de foco, a empresa precisou investir em treinamento para manutenção em outra marcas e também em estoque para conseguir atender o cliente em pronta entrega. Segundo o empresário, hoje a empresa tem a meta em atender o cliente que busca uma manutenção de celular em até 2 horas. O modelo tem dado tão certo, que para 2018, a expectativa é expandir o modelo de negócio para outras cidades da região.

"A gente observa que (a loja) virou referência na cidade e na região. Nós temos muitos clientes da região. Os próprios concorrentes seguem algum modelo. A gente está buscando essa referência, o que é muito bom. Tanto que já existe um projeto interno para transformar em franquia", conta o empresário.




Fonte: G1 SUL DE MINAS



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