Postado em sábado, 2 de dezembro de 2017
às 09:09
Boa de copo: Nem tinto nem branco ou rosé. A moda agora é vinho laranja
Conheça o novo (velho) vinho que tem conquistado paladares exigentes...
Muitos não conhecem e há quem ache que é modismo. Mas o vinho laranja surgiu nos primórdios da viticultura, na Geórgia, Europa Oriental, há milhares de anos. Feita em ânforas de barro selada com cera de abelha, a bebida ficava enterrada até estar pronta.
Produzido com uvas brancas, mas diferentemente dos brancos, esse vinho é fermentado junto com as cascas - como os tintos. Durante o processo de maceração, a casca vai mudando de cor até chegar em tons que variam entre o dourado intenso e o âmbar. Quanto mais tempo o suco da uva ficar em contato com elas, mais tanino e cor o líquido ganha.
Quem resgatou a produção dos vinhos laranjas, usando as técnicas de antigamente, foi Josko Gravner. Italiano do Friuli, o enólogo é referência no assunto e seus rótulos são reverenciados por especialistas do mundo todo. Hoje, esse tipo de vinho é produzido em diversos países, inclusive no Brasil, mas a maioria ainda vem da Itália e da Eslovênia.
Extremamente complexos, apresentam aromas variados: de frutas secas a cogumelos, passando pelo floral e mineral, com notas oxidativas sem perder o frescor. Seu sabor único faz com que os laranjas sejam um dos mais surpreendentes e versáteis numa harmonização. Vão superbem com peixes e frutos do mar, mas, dependendo da estrutura, podem perfeitamente acompanhar até uma carne de caça.
Alguns são naturais, sem aditivos químicos, produzidos com técnicas ancestrais e geralmente não filtrados, o que os torna quase sempre turvos. Mas isso não é uma regra, e muitos são feitos da forma tradicional.
Devido à autenticidade e a sua pequena e elaborada produção, são vinhos mais caros do que os brancos e tintos do dia a dia. Mas valem não só pelo sabor como pela experiência, obrigatória a todo apreciador de vinho.
Fonte: Revista Marie Clarie