Postado em segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
às 14:54
Vaga de emprego em prefeitura volta a provocar fila no Sul de Minas
Candidatos disputam contrato temporário da Prefeitura de Pouso Alegre. Na sexta-feira (27), abertura de outro edital de contratação já provocou fila.
Candidatos a uma vaga de emprego voltaram a fazer fila em frente à Prefeitura de Pouso Alegre (MG) na manhã desta segunda-feira (30). Desta vez, as oportunidades abertas são para contrato temporário em 22 vagas de cozinheiro e 63 de auxiliar de serviços gerais da Secretaria Municipal de Educação. Na sexta-feira (27), uma fila com 1,5 mil pessoas já havia se formado em frente ao mesmo prédio devido à abertura de vagas para monitor de creche.
Natália Santos, de 23 anos, participou da seleção de sexta-feira e voltou para a fila de emprego da prefeitura nesta segunda-feira. As inscrições começaram às 8h, mas às 6h30 ela já estava de pé em frente ao portão da Secretaria Municipal de Educação. "Uai! Você viu o tanto de gente? Está muito concorrido, moça!", comenta. "Tanto faz [se auxiliar ou cozinheiro]. A gente tenta de tudo", diz ela que tem experiência como vendedora.
Há um ano, Raira Fernanda de Faria trabalhava como vendedora na cidade. Agora, ela tenta uma das duas vagas disponíveis na prefeitura. "Eu tenho ensino médio, fiz uns cursinhos também para melhorar o currículo. Vamos ver se consigo voltar ao trabalho", conta.
A candidata Adriana Beatriz da Silva, de 43 anos, está há três anos desempregada e comenta que não se pode desistir. "Teve gente que chegou ontem [domingo, 29] aqui, que passou a noite aqui. Dá um cansaço, mas tem que tentar", garante.
Das três maiores cidades do Sul de Minas, Pouso Alegre é que mais fechou postos de trabalho em 2016. A cidade terminou o ano com 1.503 vagas a menos, das quais 1.048 correspondiam à indústria. O setor de comércio foi o único que contratou mais do que demitiu. Mas, em meio à recessão econômica vivida pelo país, muita gente acredita que um trabalho em órgão público, ainda que temporário, oferece maior segurança, além de um dinheiro garantido no final do mês.
"Eu fiz 50 anos, tenho que preocupar com a aposentadoria", observa o autônomo Nilson Nery, que faz faculdade de teologia e trabalha há anos com texturas. Às 9h desta segunda-feira, ele segurava a senha de número 245 para disputar a vaga de auxiliar de serviços gerais e ainda não tinha passado pela seleção.
Isabel Cristina Pinto, de 58 anos, também esperava a vez de ser chamada para se inscrever como auxiliar de serviços gerais, profissão que diz ter exercido durante 27 anos, até ter que deixar o antigo emprego. "Eu não tenho família, dependo de ajuda de vizinhos desde que perdi o trabalho porque acabou o contrato com a empresa. Está muito difícil. Mas, se eu conseguir, vai faltar só um pouco para aposentar", estima.
De acordo com a assessora da Secretaria de Educação, Anésia da Silva Costa, a seleção seguiria até meio-dia desta segunda-feira. Tanto para cozinheiro quanto para auxiliar de serviços gerais o salário é o mesmo do pago ao monitor de creche, R$ 968. No entanto, o período de contratação varia de acordo com a vaga disponível.
"Há contratos que vão de fevereiro a dezembro, outros que são para cobrir licença-maternidade. Cada contrato vai atender uma demanda e quem não for selecionado agora entra para um cadastro. Conforme formos abrindo vagas, vamos chamando por essa lista", explica Anésia.
G1 Sul de Minas