Postos já estão com falta de vacina da febre amarela em Pouso Alegre

O aumento da procura pela vacina de febre amarela tem afetado os estoques dos postos de Saúde de Pouso Alegre (MG). Só em janeiro, foram aplicadas 2,5 mil doses. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a demanda é muito maior do que a capacidade de atendimento do município. Outras 8 mil doses já foram pedidas à Secretaria de Estado de Saúde (SES), mas não há previsão de reabastecimentos e em algumas unidades a vacina já está em falta.

A dona de casa Maria de Fátima Pinto procurou um dos postos de saúde da cidade na manhã desta quinta-feira (26) e não conseguiu se imunizar. "Falaram que tá em falta e não tem previsão", contou. Como ela sempre vai para a zona rural, área de maior risco para se ter contato com o vírus da febre amarela, Maria de Fátima voltou para casa preocupada. "Dá medo, né? Tem que cuidar."

O mecânico Nilson também está apreensivo. Ele pretendia viajar para Teófilo Otoni (MG), no Vale do Mucuri, região onde se concentra o surto da doença no estado, mas vai ter que mudar os planos porque não encontrou a vacina. "Dá medo", comentou na saída do postinho.

Já a gerente comercial Elaine Pereira teve que andar muito para conseguir vacinar o filho de 9 meses. "Eu fiquei duas semanas buscando nos postos de saúde, inclusive no bairro onde eu moro. Até sugeriram que eu entrasse em contato com a rede privada e também estava em falta", disse.

De acordo com a enfermeira da Central de Vacinas da Prefeitura de Pouso Alegre, Ana Célia Pinto Alves, o número de doses está baixo. "Nós estamos com 510 doses e esperando [saber] se a regional libera mais para a gente", informou.

Na clínica particular administrada por Núbia de Araújo Maglioni, o estoque acabou há dois dias. "Eu tinha um estoque de 90 doses. Normalmente, a gente faz 15 imunizações de febre amarela por mês. Esse estoque não deu para 15 dias", disse.

A SES informou que as doses para a rede pública de saúde sao distribuídas semanalmente e que vão ser suficientes para atender a população. O órgão ainda disse que a recomendação do Ministério da Saúde é preiorizar a vacinação para quem mora, trabalhe ou viaje ára a zona rural, matas ou áreas de risco.

G1 Sul de Minas