Postado em segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
às 09:50
Professores usam a criatividade para atrair atenção de alunos de escolas públicas
Com o objetivo de motivar crianças e adolescentes, docentes da rede estadual investem em didática diferente para tornar o aprendizado mais atraente
Parece uma sala de aula comum, mas os alunos usam faixas amarelas nas cabeças e são tripulantes de um navio. O professor, por sua vez, usa um chapéu e tem os trejeitos e a voz de um capitão. Cada aula é uma aventura específica, e as tarefas dos alunos são missões. Esse é o cotidiano na sala de aula do quinto ano da Escola Estadual Licas de Lima, em Nepomuceno, no Campo das Vertentes.
Os 31 alunos da turma do navio amarelo - como foi batizada pelo professor regente Rodrigo César Reis - nem parecem os mesmos do início do ano. “Eles tinham dificuldade de aprendizagem e eram muito desmotivados. Depois que criei o projeto, a frequência e a nota aumentaram, e principalmente a confiança e motivação dos alunos”, conta. Rodrigo, que é formado em teatro, aproveita a desenvoltura para interpretar o personagem. E a turma entra no clima.
Na Escola Estadual Hilton Rocha, em Belo Horizonte, a professora de português Rosângela Pimenta queria melhorar a escrita dos alunos e incentivá-los a serem mais sensíveis ao outro. Daí surgiu o projeto Escrevendo Cartas. Em um primeiro momento, as turmas do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio trocaram cartas com os próprios funcionários da escola. Na segunda parte do projeto, os estudantes escreveram cartas com mensagens positivas de amor, esperança e também natalinas e entregaram, pessoalmente, a 22 idosos de uma casa de repouso na cidade.
“Foi um momento muito bonito e emotivo, pois os alunos se empenharam e as cartas estavam lindas. Propus de escreverem para estes idosos porque são pessoas que muitas vezes precisam de uma palavra amiga, de conforto, e pudemos ver que eles se sentiram felizes por receberem novos visitantes”, relata a docente. A entrega e leitura das cartas, que aconteceu na última quarta-feira (9/12), acabou virando uma festa e deve fazer parte da rotina didática da docente.
Tamara Cristina Duarte, de 17 anos, foi uma das alunas mais animadas na visita. “Fui chegando e logo me identifiquei com o senhor Antônio, que tem 92 anos. Li a carta e ele adorou. Achei que os idosos não seriam tão receptivos, mas eles nos trataram como se fôssemos de suas famílias. Foram muito carinhosos. O projeto aproximou toda a turma e abriu o meu olhar para as pessoas”, conta.
[Leia mais]
COMENTÁRIOS