Acia admite pequeno impacto da decisão do BC nas compras

Alessandro Emergente

A decisão do Banco Central (BC) em retirar R$ 61 bilhões da economia reduzindo a oferta de crédito pode já influir nas vendas de dezembro. Mas o impacto deve ser reduzido e não afetará o crescimento de até 15% nas vendas em Alfenas previsto para este fim de ano.

A avaliação é do presidente da Acia, Francisco Rodrigues Cunha Neto (Professor Chico), que prevê um “efeito psicológico” da decisão do BC. Isto porque os efeitos reais da medida econômica do governo federal só valem para o ano que vem quando haverá redução da oferta de crédito e aumento dos juros nas compras parceladas.

Para o presidente da Acia, apesar do efeito real só valer para janeiro alguns consumidores podem começar a se retrair já neste Natal devido a um estado de apreensão com o futuro próximo. Um planejamento financeiro a curto prazo também pode ocasionar na retenção do consumo já em dezembro.

Na última sexta-feira, o BC anunciou uma série de medidas preventivas para evitar um aumento da inflação. A principal delas é o aumento do compulsório (dinheiro dos bancos depositado no BC), que é um instrumento do BC para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. O mecanismo influencia o crédito disponível e a taxa de juros cobrada.

De acordo com a versão online do DCI, na última quarta-feira, as redes varejistas mantiveram os estoques para o primeiro trimestre de 2010. “Em alguns casos, as redes até comemoram as novas medidas, e acreditam que isso tornará o crescimento do mercado mais sustentável ao longo dos próximos anos, o que pode inclusive minimizar o calote entre os clientes”, informa a reportagem.

Crescimento de 15%

Apesar das medidas do BC, a direção da Acia projeta um aumento de até 15% nas vendas de Natal. Avalia um destaque para os setores calçadista e de vestuário que devem apresentar um resultado setorizado mais expressivo. “São setores que investiram bastante este ano”, afirma o presidente da entidade.

O presidente da Acia também avalia a abertura do comércio na última quarta-feira (8 de dezembro)  como um fator que deverá influenciar positivamente nas vendas deste ano. O raciocínio é que com os consumidores livres, e logo após a data de recebimento de salário e da primeira parcela do 13º salário, a tendência é de irem a compras no comércio local.

A direção da Acia chegou a ir à Câmara Municipal para articular um apoio do Legislativo junto a prefeitura para que tornasse o feriado facultativo para o comércio varejista. Um decreto permitindo a abertura do setor varejista foi assinado na última sexta-feira.