Postado em quinta-feira, 17 de junho de 2010

Owen Wilson passa de dono para mascote


Erick Vizoki
Especial para o Alfenas Hoje

E a onda de adaptações de quadrinhos para o cinema continua... Esta é baseada no personagem dos cartuns de Brad Anderson, criado em 1954.

“Marmaduke” (Marmaduke, EUA, 2010) chega às telas com cara de “já vi esse filme”, o que não desmerece a fita. O filme estreia nesta sexta-feira em Alfenas. Confira a programação

A sensação de déja vu ao assistir ao trailer ou ver o cartaz da nova produção da 20th Century Fox é facilmente explicável. Primeiro, a inevitável lembrança do primo mais famoso, Scooby-Doo. Segundo, as trapalhadas de outro astro canino que arrebatou o público, infantil e adulto, em janeiro de 2009, o labrador Marley, de “Marley e Eu” (por sinal, também da Fox). E, por último, a presença de Owen Wilson como o protagonista Marmaduke (por sinal, protagonista também em “Marley e Eu”). E há ainda o choramingão argumento, sempre eficiente, da relação entre o “melhor amigo do homem” e seus donos, sobre como a amizade e o amor da família são importantes, histórias de superação etc.

Fotos: Divulgação

Filme é baseado em HQ de 1954

O mais interessante é que, apesar dessas semelhanças, o filme pouco tem a ver com o enorme cão dinamarquês do cartunista Anderson que, para começar, não falava. A única referência é, como não poderia deixar de ser, as inconveniências acerca do tamanho do bicho, a maior raça de cão do mundo. E é nessas situações que as gargalhadas estão garantidas. Com uma aparência meio Disney, Marmaduke tem todos os ingredientes para ter estreado nas férias de julho, mas acabou adiantando-se. É uma história para toda a família e com elementos previsíveis, até bem batidos.

A família Winslow está se mudando do Kansas para a Califórnia, por causa do novo emprego do Sr. Winslow, dono do enorme cachorrão de 90 quilos. Na terra dos surfistas, valentões, patricinhas e nerds, Marmaduke pinta e borda para se enturmar na nova cidade e ser aceito na comunidade. Claro, se apaixona pela cadelinha mais bonita da orla, Jezebel, da raça Afghan, que namora um rottweiler, o atlético brutamontes local. Ele decide chamar a atenção da “garota” com a ajuda do gato da família (que ele considera seu “meio irmão), que fala espanhol, como o gato de Botas de “Shrek”. Evidentemente seu plano não dá certo e logo é desmascarado. Como se vê, é um típico filme de verão.

Mas é inegável a simpatia e o carisma do grandalhão bobo, que se mete nas maiores trabalhadas, quase sempre involuntariamente.

Apesar das coincidências (ou não) já citadas, diretor e produtores encontraram algumas soluções. A mais acertada foi conceber o personagem principal com a mistura de um animal de verdade aos já populares efeitos CGI (Computer Generated Imagery), assim como foi feito com o porquinho Babe, o que cativa imediatamente os amantes de cães e confere mais realismo na produção. Isso, provavelmente, para diferenciar Marmaduke do concorrente Scooby-Doo. O galã Owen Wilson, o primeiro nome dos créditos, não aparece no filme. Aliás, na versão dublada ele praticamente não existe, pois o ator apenas empresta sua voz ao cão dinamarquês.

Uma pecliaridade interessante, que ninguém comentou até agora, é sobre o nome do animal. Provavelmente uma brincadeira de Brad Anderson, Marmaduke é o nome de uma cidadezinha localizada no estado americano de Arkansas, no Condado de Greene. Sua população, segundo o censo americano de 2006, era de 1172 habitantes e sua área é de 3,4 km², talvez a menor cidade do país. Seria um nome mais adequado a um pincher do que a um dinamarquês. Bem coisa de cartunista...


>>Assista ao trailer de Marmaduke (dublado):



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