Postado em sexta-feira, 24 de abril de 2009
Audiência Pública debateu sobre cultura no município
“Nunca vimos nada semelhante ao que está acontecendo nesta sala”. A frase é de Waldir de Luna e resume a importância da Audiência Pública realizada na noite desta quinta-feira
Da Reportagem
“Nunca vimos nada semelhante ao que está acontecendo nesta sala”. A frase é do dramaturgo Waldir de Luna Carneiro e resume a importância da Audiência Pública - sobre cultura no município - realizada na noite desta quinta-feira (23/04) na Câmara Municipal. O dramaturgo foi um dos participantes do evento, que contou com a participação de músicos, dançarinos, atores e representantes da cultura afro-brasileira.
O objetivo da reunião foi para encontrar mecanismos e idéias para a criação de uma Lei que estabeleça políticas culturais no município. A lei ainda não tem prazo para ser criada, mas, o primeiro passo foi dado, e bem dado.
A idéia é criar o Conselho Municipal de Cultura de Alfenas. O órgão pode demorar a ser criado, como destacou Reinaldo Fontes, ex-vereador de Barbacena e um dos responsáveis pela elaboração de políticas públicas naquele município.
“Política cultural não se faz em um ano. Nasce da sociedade, do povo e é preciso ter paciência”, disse Reinaldo. Ele citou os frutos colhidos na área cultural em sua cidade, como grupos de teatro que se apresentam até fora do país.
Apesar do longo caminho a ser percorrido, a reunião mostrou que a cultura em Alfenas pode alcançar novos rumos e, pelas idéias apontadas, o futuro Conselho Municipal de Cultura poderá ter mecanismos não só de incentivo as mais diversas formas de cultura, mas também na proteção de todos os bens culturais públicos.
A jornalista Soloni Viana – que compôs a mesa - sugeriu que fosse feito o inventário dos bens do município. A jornalista ainda criticou a falta de cuidados com a Praça Getulio Vargas, “vítima” da poluição visual e sonora. Além da Praça Getulio Vargas, outros quatro bens públicos são tombados em Alfenas: Casa da Cultura, Escola Coronel José Bento, prédio da Prefeitura e dois lotes de documentos do século 19 e 20.
Da platéia, veio várias sugestões, como criar incentivos municipais para comerciantes e empresários que queiram investir na cultura local. Aproximar pessoas que não tem acesso a dança, musica ou teatro, foi outra sugestão apresentada.
O uso do dinheiro público na cultura foi alvo de queixa. A sugestão apontada é para que o dinheiro usado em shows fosse gasto com artistas locais.
Segundo o vereador Sander Simaglio (PV), autor da proposta de criação de uma política cultural, o próximo passo será a criação de uma comissão para estudar e elaborar o projeto de Lei que estabelece a política cultural em Alfenas.
O vereador pretende pedir a Câmara que institui esta comissão e que ela seja representada por membros da sociedade civil, legislativo e executivo. A intenção é que 60% dos integrantes da comissão sejam da sociedade civil e o restante de órgãos públicos.
O vereador ressaltou a importância da população na criação do Conselho Municipal de Cultura e reiterou o convite para que “as pessoas participem das reuniões da Câmara” ou procurem seu gabinete para tratar do tema.
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