Articulações para a presidência da Câmara são intensificadas na reta final

Alessandro Emergente

A disputa pela presidência da Câmara Municipal de Alfenas tem deixado os bastidores da política local bastante agitado. As articulações têm se intensificado nos últimos dias, o que pode impactar no número de candidatos à presidência do Legislativo para os dois primeiros anos da próxima legislatura.

Até o final da tarde desta quarta-feira, duas candidaturas haviam sido oficializadas. A primeira delas é de Matheus Paccini (PDT), que integra a base do governo e assumirá o seu primeiro mandato. Ele tem articulado junto a vereadores que integram a base de apoio do governo petista.

No final da tarde de quarta-feira, cerca de uma hora após a publicação desta reportagem, outra candidatura foi protocolada. É a de Pedro Alencar Azevedo (União Brasil), o Pedrinho do Minas Acontece, também eleito pela primeira vez. Na noite de terça-feira, ele falou com a reportagem do Alfenas Hoje e havia informado que sua decisão em concorrer à presidência da Câmara Municipal já estava tomada e não haveria recuo.
 

As inscrições para registro de candidatura vão até sexta-feira, mas há uma tendência de uma definição entre os possíveis candidatos ocorrer até quinta-feira. As candidaturas são registradas de forma avulsa. Ou seja, não há formação de chapa oficial.

As eleições para a Mesa Diretora (o que inclui a presidência, a vice-presidência e os cargos de primeiro e segundo secretário) ocorrerão no dia 1º de janeiro, logo após os vereadores eleitos serem empossados. O voto é nominal e aberto.

Outro vereador que tem colocado o seu nome à disposição é Cirlei José de Carvalho (PMB), que assumirá seu primeiro mandato como vereador em janeiro. “Coloquei o meu nome à disposição do grupo”, disse em entrevista ao Alfenas Hoje na noite de terça-feira.

Os partidos que integraram a coligação em apoio a eleição do prefeito Fábio Marques Florêncio (Fábio da Oncologia/PT) elegeram sete representantes. Nos bastidores, o nome de Paccini é tido como o candidato que tem o apoio do grupo, porém Cirlei diz que o cenário pode mudar. “Política é da noite para o dia”, disse.  

Caso os sete parlamentares fechem apoio ao mesmo candidato, a eleição seria definida. A reportagem apurou que o governo evita entrar na articulação de forma direta para não ter prejuízo na relação futura com os vereadores que não compõem a base de apoio.

Pedrinho tem se colocado como “vereador independente”, ou seja, não integraria nem os governistas e nem o grupo eleito pelos partidos de oposição. Afirma que só está na disputa por ter sido o mais votado entre os eleitos, o que – na avaliação dele – expressa a vontade popular.

Em caso de empate entre os candidatos à presidência, o vereador, que teve mais votos nas eleições de outubro, é eleito para comandar a presidência pelos próximos dois anos. Com isso, Pedrinho busca o voto do grupo eleito pelos partidos de oposição (que conquistaram quatro cadeiras), além de mais um voto na base do governo, chegando a seis.  

Nos últimos dias o nome de Ednílson Francisco Neto (Novo) – outro estreante na Câmara Municipal - passou a ser cogitado como possível candidato. A reportagem falou com ele rapidamente, durante a inauguração da Escola do Legislativo na tarde de segunda-feira. O representante do Novo confirmou que poderá ser candidato, mas não assegurou a decisão. 

A reportagem tentou novo contato com Ednílson, mas ele não retornou as ligações. Caso a sua candidatura seja oficializada, ele teria o apoio dos vereadores eleitos pela coligação que apoiou Amadeu Peloso (PL), segundo apurou a reportagem.

Além de Paccini, apenas o vereador eleito Jefferson dos Reis Padilha Gonçalves (Guigui/DC), eleito pela coligação governista, registrou candidatura, porém para a vice-presidência. A reportagem também tentou contato com José Batista Neto, eleito pelo PT, mas ele não atendeu as ligações. O nome dele também foi mencionado por outros vereadores como possível candidato. Porém, não houve confirmação sobre a intenção do ex-prefeito e vereador eleito.