Postado em segunda-feira, 16 de setembro de 2024
às 01:01
Grupo internacional de pesquisadores liderados pela Unifal desenvolve programa de inteligência artificial
Ferramenta analisa interação de um fármaco em potencial com proteínas relacionadas a patologias.
Da Redação
Um grupo internacional de cientistas liderados por professores da Unifal (Universidade Federal de Alfenas) desenvolveu um programa de inteligência artificial que prevê se uma molécula tem potencial farmacológico. A partir do uso de técnicas de aprendizado de máquina, a ferramenta analisa a interação de um fármaco em potencial com proteínas relacionadas a patologias.
O projeto conta com a coordenação dos professores Walter Filgueira de Azevedo Jr. e Nelson José Freitas da Silveira, pesquisadores do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da Unifal e envolve seis países e dez instituições de pesquisa.
Segundo Azevedo Jr., o programa SAnDReS 2.0 permite realizar uma análise guiada por inteligência artificial, a qual possibilita prever se o fármaco em potencial se acopla a uma proteína, o que indica o seu potencial farmacológico. Essa possibilidade apresentada pela ferramenta beneficia outros grupos de pesquisas.
“O principal benefício é a capacidade de integrar uma ferramenta moderna e atual no processo de busca de novos fármacos”, destaca. “Não é nosso objetivo buscar novos fármacos, mas a nossa ferramenta foi construída e validada para que grupos de pesquisa interdisciplinares a usem a para esses propósitos (busca de novos fármacos)”, enfatiza.
A ferramenta é de acesso aberto, o que amplia a facilidade de uso e o livre acesso ao código. “O fato de termos o código de acesso aberto facilita o engajamento de uma equipe multidisciplinar e internacional no aprimoramento do programa”, explica o pesquisador, revelando que o projeto é o resultado de três décadas de pesquisas que culminaram com a geração de dados e desenvolvimento do código.
O pesquisador conta que, inicialmente, o grupo estava focado em gerar os dados biológicos sobre a interação de fármacos com proteínas relacionadas a doenças. Tal enfoque ganhou, inclusive, a participação inicial da Nasa com repercussão na imprensa nacional no ano de 1998. “Agora, com a grande disponibilidade de dados biológicos e farmacológicos, o programa de inteligência artificial tem o material necessário para ‘aprender’ e gerar modelos de predição confiáveis”, pontua.
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