Postado em quarta-feira, 4 de janeiro de 2023
às 16:04
Acessibilidade auxilia pessoas cegas ou com baixa visão a utilizarem os espaços da Unifal
Os elementos de acessibilidade ajudam as pessoas na utilização dos espaços de maneira independente e segura.
Da Redação
Nesta quarta-feira, 4 de janeiro, celebra-se o Dia Mundial do Braille, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018, com a proposta de destacar a importância do sistema de códigos táteis em alto-relevo.
Esse sistema é utilizado por cerca de 39 milhões de pessoas cegas e 246 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência leve ou severa na visão. A celebração da data presta homenagem ao nascimento do francês Louis Braille, o criador do sistema.
Recentemente, a Unifal (Universidade Federal de Alfenas) instalou elementos de acessibilidade nos campi com a proposta de proporcionar a utilização de maneira autônoma, independente e segura do ambiente. Caminhando pelos espaços, é possível verificar os elementos nos pisos, em mapas táteis na entrada de alguns espaços e a identificação em braille nas portas das salas. Os novos elementos vão auxiliar diretamente cerca de 100 estudantes com necessidades especiais como baixa visão ou cegueira, atualmente matriculados.
Em uma primeira etapa do projeto foram instalados pisos e mapas táteis internos nos prédios de prestação de serviços, atendimentos e informações à comunidade e interna e aos cidadãos usuários. Segundo a equipe técnica, as áreas de serviço ou de acesso restrito, como casas de máquinas, barriletes, passagem de uso técnico, e outros similares, não precisam ser acessíveis.
De acordo com o coordenador de Projetos e Obras, o arquiteto José Mário Barbosa Alves, o projeto prevê a instalação também na parte externa, em uma segunda etapa do cronograma. “Tais serviços são contínuos, exigindo-se sempre uma atenção da Administração para construir um ambiente que provenha segurança, orientação e mobilidade a todas as pessoas, principalmente àquelas com deficiência visual ou surdo-cegueira”, afirma.
Integram a equipe técnica responsável pela elaboração e acompanhamento do serviço: a arquiteta e urbanista Marinne Castilho Silva Toti e o estagiário de Arquitetura Ariel Karol da Silva Adriano. “Eles acompanharam a instalação dos elementos de acessibilidade, garantindo que fossem executados conforme o projeto, fornecendo todas as informações para o seu desenvolvimento, além de apontar as falhas a serem corrigidas”, conta o coordenador da área.
Como interpretar pisos e mapas táteis
De acordo com informações da equipe técnica, os pisos táteis demarcam os trajetos de rota acessível. “Os pisos táteis devem atender a alguns requisitos específicos como cor contrastante ao piso em que será instalado, a fim de garantir um alto contraste que possa ser percebido pelas pessoas que possuem baixa visão”, explica José Mário Alves, acrescentando que a equipe optou por usar a cor azul para manter a identidade visual da própria Universidade.
A textura em alto-relevo tem como finalidade auxiliar as pessoas que utilizam bengala para se guiarem pelos ambientes, e os pisos se diferenciam em dois tipos: os pisos de alerta e os direcionais. “Os pisos direcionais, como já diz o nome, direcionam o usuário pelo caminho a ser percorrido. Os pisos de alerta são utilizados para indicar ao indivíduo que ele precisa se atentar, pois pode haver algum obstáculo à frente e indicam ainda a mudança de nível, como o início e o final de escadas e rampas e também apontam a obrigatoriedade e/ou a possibilidade de mudança de direção do percurso no mesmo nível”, detalha o coordenador de Projetos e Obras.
Segundo a equipe técnica, quando no caminho houver uma mudança de direção, o piso tátil de alerta será posicionado de modo a demonstrar para qual sentido o indivíduo deverá se orientar. “Essa demarcação é feita pela adição do piso ao lado da linha central de direcionamento por onde o indivíduo se guia”, esclarece.
Já os mapas táteis, aqueles mapas de alto-relevo instalados na entrada dos prédios, contêm a transcrição dos trajetos dos pisos indicando a localização dos ambientes a que a pessoa pode se direcionar. “Nele estão presentes as identificações das salas em letras em alto-relevo e também na linguagem Braille”, diz.
O sistema também foi utilizado nas placas fixadas nas portas de acesso a cada sala, identificando-as, juntamente à grafia que utiliza as letras em alto-relevo.
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