Postado em quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
às 15:18
1° Agro Business: Inovações tecnológicas de startups impulsionam agronegócio no ES
1º Encontro Agro Business, realizado nesta sexta-feira (26), em Linhares, reuniu jovens empresários que mostraram o que estão fazendo de diferente para ter sucesso no setor
O velho estereótipo de que o trabalho no meio rural é realizado de forma analógica não existe mais. Atualmente, a tecnologia é uma grande aliada do agronegócio em qualquer vertente. Por isso, muitas empresas investem cada vez mais para impulsionar a produção no campo.
Diante desta nova realidade, o 1º Encontro Agro Business, realizado nesta sexta-feira (26), em Linhares, abordou, em um dos painéis apresentados, o tema "Startups e agronegócio: como a tecnologia impulsiona o setor?", que reuniu jovens empresários que apostam na digitalização do agro.
Com mediação da colunista do Agro Business, do Folha Vitória, Stefany Sampaio, o painel contou com a participação do fundador e CEO da Olho do Dono, Pedro Henrique Mannato, o fundador do Mwowa, Igor Reuter, o fundador e CEO da Agrai, José Eduardo Scardua, e a fundadora e CEO da Raks, Fabiane Kuhn.
Sensores otimizam gasto de água na irrigação
A Raks, de acordo com a CEO Fabiane, foi criada com o propósito de otimizar o uso da água e da energia para fazer com que a produção seja maior e melhor.
Para ela, a tecnologia é fundamental para manter a produtividade e fazer a produção cada vez mais sustentável.
"Além do uso da água, a energia acaba sofrendo quando há uma crise hídrica e o custo da produção é afetado. Nossa tecnologia faz com que apenas a água necessária seja usada. Em um caso na Bahia conseguimos que o produtor rentabilizasse mais de 200 sacas de milho a mais", afirmou.
Fabiane ainda relatou que a tecnologia utilizada pela empresa tem como pilar a facilidade de manejo, para que o próprio produtor possa realizar a instalação. Os sensores analisam o solo e definem como, quando e a quantidade de água será usada na irrigação.
"A tecnologia é 100% desenvolvida por nós e o sistema é instalado pelo próprio produtor. Enviamos o sistema e ele recebe os sensores e o manual. Temos uma equipe online, mas o sensor é instalado em menos de 30 minutos em campo. Temos recebido um retorno muito bom. A tecnologia tem que ser feita com quem vai usar", afirmou.
Junção de demanda e oferta evita desperdício
O fundador da Agrai comentou a projeção da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê um total de 10 bilhões de habitantes em todo o mundo até 2050.
Para ele, isso faz com que seja necessário uma melhor condução da produção para evitar desperdícios.
"Temos o casamento de informações de demanda e oferta. Com os dados das empresas, conseguimos montar a melhor rede de fornecedores, gerando menos desperdícios do transporte e menos gastos. Nossa proposta é otimizar a produção de acordo com os fatores internos e externos. Com isso, vamos reduzir o desperdício e agilizar a distribuição. Atendemos não só os grande centros, mas também os pequenos produtores", disse José Eduardo Scardua.
Um dos exemplos de empresas atendidas por ele, fica na cidade de Ponto Belo, no extremo Norte do Espírito Santo. A produção realizada é encaminhada para empresas até de São Paulo.
"Um produtor de Ponto Belo, por exemplo, em fevereiro de 2019, não produzia nada e precisava ser potencializado. Hoje é o produtor que mais fatura e trabalha três vezes mais, junto com esposa e seis funcionários. É isso que a gente faz. Ele está em Ponto Belo e envia produtos para São Paulo", destacou.
Nível de gestão deve ser melhor para o produtor
Igor Reuter falou sobre a conexão dos produtores do agronegócio com o meio empresarial. Ele ressaltou o fato de que jovens que antes deixaram as propriedades rurais, agora estão voltando para investir em tecnologia na agricultura familiar.
"Hoje nós vemos aqueles produtores trabalhando com a família, a chamada agricultura familiar, e vemos, cada vez mais, os produtores como empresários, que entendem a terra como um ativo e o que ele pode ter de operação para prosperar ao longo do tempo", disse.
E também ressaltou que "no Brasil, estatisticamente, alguns empreendimentos historicamente têm diminuído, mas está aumentando a produção dos que ficaram. Aqueles com modelo mais eficaz de gestão têm prosperado. Quem conseguiu gerir bem, está aumentando a produção e quem não conseguiu está diminuindo", afirmou.
O fundador do Mwowa ainda destacou que o mercado do agronegócio é comparado ao mercado imobiliário. É um momento em que o investimento ocorrerá, mas é preciso saber governar o dinheiro.
"A partir do momento em que foi possível conectar o investidor com o mercado imobiliário, houve um crescimento nos últimos 10 anos. Virá dinheiro para o agro em grande quantidade, mas será preciso muita governança. O empreendedor que tiver essa governança, vai nadar de braçadas. Os que não souberem trabalhar bem essa gestão, terão que se adaptar para se destacar no mercado. Os produtores vão ter que subir o nível de gestão", comenta.
Tecnologia de pesagem contribui para o bem-estar animal
O CEO da Olho do Dono, Pedro Henrique Mannato, explicou o funcionamento da tecnologia que faz a pesagem em local de passagem dos animais bovinos.
Uma câmera faz uma espécie de scanner e lê o peso de cada boi. Dessa forma, pode ser evitado levar o animal até o local da balança manual e aumentar o acompanhamento do desenvolvimento do rebanho.
"Faz parte do nosso propósito manter o bem-estar animal. Quando se leva o animal na balança, ele perde o peso daquele dia e gera estresse. Já com a câmera, o pecuarista vai com uma mochila para o pasto e pode pesar quantas vezes quiser durante o ano", destacou.
Mannato também explicou que novas adaptações serão realizadas para que haja a pesagem de outros animais, como suínos.
1º Encontro Agro Business
Após o sucesso das cinco edições do Folha Business, a maior plataforma de comunicação sobre negócios do Espírito Santo realiza o 1º Encontro Agro Business, que reúne empreendedores e importantes nomes do agronegócio no Estado.
O evento aconteceu nesta sexta-feira (26), em Linhares. A cidade do Norte capixaba é uma das mais importantes do segmento no Espírito Santo.
Um dos convidados do evento foi o vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Renato Naegele, que falou sobre a retomada econômica e o futuro do setor que move a economia capixaba e brasileira.
FONTE: Folha de Vitória
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