Postado em sábado, 31 de julho de 2021 às 21:09

Projeto populariza o conhecimento científico pelas plataformas digitais

Projeto de extensão da Unifal utiliza linguagem acessível e ferramentas de interação com o público não especializado.


 Da Redação

Como produzir e divulgar informações sobre ciência suficientemente interessantes e compreensíveis para o público comum? Essa é uma das propostas do projeto de extensão “A Voz da Ciência” da Unifal (Universidade Federal de Alfenas), que tem feito a diferença ao explorar as plataformas digitais para difundir o conhecimento científico. O projeto contribui para manter a população mais bem informada, o que o torna fundamental em um contexto em que as fake news estão tão presentes no dia a dia.

“A Voz da Ciência” surgiu a partir de um quadro de entrevistas criado em 2019, sob o nome ‘Profissão Cientista’, a fim de dar visibilidade a pesquisadores da Unifal, entre estudantes da iniciação científica e professores. Após o sucesso da iniciativa, o professor Lucas Lopardi Franco, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, coordenador do projeto, expandiu a ação com o apoio de colegas docentes e acadêmicos de graduação e pós-graduação.

“A divulgação científica é geralmente promovida para o universo acadêmico, na forma de artigos científicos, congressos, palestras e similares. Nossa proposta é um desafio no âmbito de promover uma divulgação de qualidade sobre a importância da ciência brasileira, os projetos desenvolvidos na Unifal e como é a carreira de um cientista”, conta. 

Quadro que originou o projeto de extensão A Voz da Ciência em 2019: Profissão Cientista. Na foto, o professor Lucas Lopardi Franco entrevista Victor Machado, aluno de iniciação científica em parasitologia da Unifal (Crédito da imagem: Reprodução/Vídeo do projeto)


Conforme Franco, quando a proposta extensionista se fortaleceu com a colaboração de outros pesquisadores, o objetivo era fazer com que os discentes participantes fossem aos locais de maior aglomeração na cidade para tirar dúvidas da população, conversar com as pessoas sobre ciência, de modo a democratizar o conhecimento produzido na academia, no entanto, a pandemia alterou o planejamento.

“Originalmente a nossa ideia era fazer com que os alunos coletassem perguntas pessoalmente na praça da cidade, na feira, nos mais diversos ambientes. Nossas reuniões semanais eram presenciais. Com a pandemia, optamos por passar tudo para o modelo on-line, com reuniões pelo Google Meet e a coleta de perguntas e interações toda pelas plataformas digitais”, explica.

Diferentes formas de conectar a ciência com o público

Fazendo bom uso do preceito que diz que toda crise traz consigo oportunidades, a equipe desenvolveu outros meios de comunicação com a sociedade durante a pandemia, utilizando as mídias sociais. Entre os quadros criados, está o ‘Ciência Online’ no Instagram, perfil que reúne mais de 600 seguidores e trabalha com divulgações frequentes de novidades e interações com o público, por meio de postagens de imagens e vídeos explicativos.

De acordo com Franco, há duas séries criadas para o Instagram que têm chamado bastante atenção do público: o ‘Molécula da Semana’ e o “Jornalzinho da Ciência’. No Molécula da Semana, o grupo apresenta semanalmente substâncias químicas, bem como suas atividades farmacológicas e toxicológicas, revelando suas propriedades, onde e como são encontradas, para que são usadas, entre outras informações. Um exemplo dessa seção foi a divulgação sobre o medicamento Ivermectina.

No ‘Jornalzinho da Ciência’, os pesquisadores abordam diversos temas para a sociedade, em linguagem simples e objetiva, como o que é Kit Covid, descarte correto de medicamentos, ansiedade na pandemia, nova linhagem do Sars-cov-2, entre outros temas.

“O nosso projeto tem por principal objetivo divulgar a importância da ciência brasileira, com uma linguagem acessível. Para isso, buscamos diferentes formas de nos conectar com o público, via áreas de atuação dentro do projeto”, ressalta o coordenador.

 

 
O professor Lucas Lopardi Franco, coordenador do projeto, e a estudante Rayssa Iemini (Fotos: Divulgação/Unifal)


Além do perfil no Instagram, o projeto também trabalha com o quadro de perguntas ‘Fale com a Unifal’. “A comunidade envia uma série de perguntas sobre um tema, conforme a temporada, e buscamos pessoas da Universidade qualificadas para uma resposta. Geralmente coletamos cerca de 40 perguntas por temporada, que são respondidas e editadas para serem disponibilizadas pela Rádio Federal FM”, descreve o professor, acrescentando que o conteúdo também é suportado em plataformas de podcast, como Spotify.

Até o momento, há 82 episódios de podcasts divididos em quatro temporadas disponíveis para quem quiser acessar o quadro de perguntas pelo Spotify. A primeira temporada foi sobre a Covid-19, a segunda sobre Assuntos Diversos, a terceira abordou Saúde Mental e a quarta, o Uso Racional de Medicamentos. As perguntas, feitas pela comunidade, são respondidas por pesquisadores da Unifal.

O projeto conta ainda com lives de uma hora, nas quais um especialista por mês é convidado a falar sobre um determinado tema. “Nosso desejo é ampliar cada vez mais a capacidade de diálogo dentro da Universidade, e apresentarmos à população pelas mais variadas mídias com conteúdo diverso, sempre em torno do alicerce de informação científica e da ciência brasileira”, explica o coordenador do projeto.

Segundo a estudante Rayssa Iemini, do curso de Farmácia, que desde 2020 integra o projeto, o projeto possibilita essa proximidade com a população e contribui para ampliar o conhecimento dos próprios estudantes. “Eu, como estudante de Farmácia, fico mais por dentro das questões de saúde e química de medicamentos e no projeto eu pude ver mais um pouquinho sobre Ciências Sociais e temas que nós debatemos”, relata.

 

 



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