Postado em quarta-feira, 8 de abril de 2020
às 13:01
Combate ao câncer tem semana de orientações
Associação Vida Viva intensifica ações na Semana de Combate ao Câncer.
Alessandro Emergente
Hoje, 8 de abril, é o Dia Mundial de Combate ao Câncer. E, para lembrar a data, a Associação Vida Viva vem realizando uma semana de intensificação nas orientações e dicas sobre cuidados e ações preventivas no combate a doença.
Uma série de palestras e panfletagem havia sido programado pela ONG (Organização não governamental), mas com a recomendação de isolamento social, pelo Ministério de Saúde para evitar a pandemia do Covid-19, a entidade teve que mudar a estratégia.
A solução encontrada, conta a presidente da Vida Viva, Lucilane Fernandes Guimarães, foi focar as ferramentas digitais e buscar um espaço na imprensa local. Além de uma série de entrevistas aos diferentes veículos de comunicação da cidade, a ONG tem utilizado as suas redes sociais para postagem de vídeos com profissionais de diferentes áreas.
Na página da ONG no Instagram e no Facebook, desde segunda-feira são postados vídeos, de curta duração, com dicas e orientações de diferentes profissionais que atuam em estratégias de combate ao câncer. A cada dia um vídeo é disponibilizado.
O primeiro vídeo, postado na segunda-feira, foi com a médica Milena Neves, oncologista do Hospital Santa Casa (HSC), e na terça foi a vez da nutricionista Laura Eloá dos Reis Ferreira. Nesta quarta-feira, quem deu algumas orientações foi o educador físico Noler Flausino. Na quinta-feira, o último vídeo será com o psicólogo Glauber Pereira dos Santos.
Pilares da prevenção
Lucilane explica que a escolha dos quatro profissionais está relacionada aos quatro eixos básicos da prevenção precoce: alimentação saudável, saúde emocional, atividade física e a necessidade de um diagnóstico precoce. Esses são os quatro pilares para prevenção ao câncer.
Douglas Silva, farmacêutico da Vida Viva, comenta que esse conjunto de medidas preventivas, além de ajudar a evitar a doença, também pode contribuir num tratamento caso a pessoa seja diagnosticada com câncer. Isso porque há outros fatores, como o genético, que também podem contribuir com o desenvolvimento de tumores. A cada oito pessoas, uma é diagnosticada com câncer, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
2.300 pacientes assistidos
A Associação Vida Viva completou 18 anos no dia 22 de março e, devido ao isolamento social, a comemoração foi adiada. Hoje, a entidade atende 2.300 pessoas numa região que abrange 23 cidades. Somente de Alfenas são cerca de 1 mil pacientes assistidos.
Devido a pandemia, a ONG chegou a suspender parte dos atendimentos durante alguns dias. Mas a presidente da entidade conta que, diante das necessidades dos pacientes, entrou em contato com o Município e fez adequações junto as normas da Vigilância Sanitária para o atendimento durante a pandemia.
Entre as ações estão a Casa de Apoio, que hospeda, por dia, mais de 20 pessoas – que podem ser desde pacientes da região a acompanhantes. Muitas vezes, conta Lucilane, os pacientes não têm direito a acompanhantes no hospital e têm dificuldades financeiras para se hospedar em um hotel da cidade. O projeto visa humanizar o atendimento desses pacientes.
A Casa do Café é outro serviço que funciona, diariamente das 7h às 18h, com disponibilização desde café da manhã até 100 refeições por dia. Cerca de 200 pessoas são atendidas no local diariamente.
Também são desenvolvidos outros projetos como o consultório odontológico, que tem como voluntário o odontologista Wilson Silveira, a distribuição de cestas básicas e de verduras e legumes, de leite para pacientes que precisam de alimento especial.
O “Banco de leite humano” é outro projeto que assiste lactantes com orientações de prevenção e as que produzem leite em excesso, o leite é captado, congelado e enviado ao Hospital Bom Pastor, em Varginha, para o processo de pasteurização.
“Entre os medicamentos distribuídos está o Ondansetrona, substância para controlar as náuseas e vómitos provocados por quimioterapia e radioterapia. Não é fornecido pelo SUS”
A Farmácia da Associação Vida Viva distribui medicamentos a pacientes cadastrados, entre eles o Ondansetrona, uma substância utilizada para controlar as náuseas e vómitos provocados por quimioterapia e radioterapia. Silva, responsável pela Farmácia, explica que esse medicamento não é fornecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), além de ter um alto custo.
A ONG é o único local em Alfenas com equipamento de pressoterapia, técnica de drenagem em mulheres que retiraram a mama devido ao câncer. No Brasil, segundo o Inca, o câncer de mama é um dos tipos que mais acomete as mulheres no país - excluídos os tumores de pele não melanoma. A informação foi divulgada pelo site da Femama.
Custeado pela população
Atualmente, a Associação Vida Viva conta com 32 funcionários, que vão desde profissionais de saúde a cozinheiras, motoristas, motoboys até profissionais da limpeza, entre outros. São cerca de 115 voluntários. A entidade possui, segundo a sua presidente, um custo médio mensal de R$ 140 mil e essa despesa é bancada com contribuições da população. Na grande maioria, são pequenas doações mensais, de cerca de R$ 30,00 – explica.
Embora tenha o título de entidade pública municipal e estadual, a ONG não recebe repasses de subvenções – contribuições feitas por meio de repasses do Poder Público a partir dos orçamentos municipais e estaduais.
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