Postado em domingo, 5 de abril de 2020
às 12:12
Lago de Furnas atinge cota mínima 762, nível reivindicado
Esse é considerado o nível mínimo para atividade econômica. Porém, cota é atingida em meio a pandemia.
Da Redação
O Lago de Furnas atingiu a “cota 762”, nível mínimo para manutenção das atividades econômicas relacionadas ao reservatório. O nível de 762 metros foi atingido no último dia 24 e tem sido uma reivindicação antiga que se intensificou no mês passado com uma mobilização de moradores e políticos.
A Alago (Associação dos Municípios do Entorno do Lago de Furnas) tem tido um papel histórico de reivindicação para que o governo federal e o ONS (Operador Nacional do Sistema) garantam o compromisso de manter o nível mínimo, ou seja a cota 762.
Com esse nível mínimo, comerciantes e empresários de 39 cidades que são banhadas pelo Lago de Furnas, no Sul e Sudoeste de Minas, defendem que conseguem manter as atividades econômicas que dependem do reservatório. São setores que envolvem o turismo, como pousadas, hotéis, restaurantes e bares, além do setor primário, como a piscicultura.
Os defensores da Cota 762 acreditam que, ao manter esse nível, além de preservar a atividade econômica da região, o governo federal mantém a finalidade do reservatório, que a geração de energia elétrica. "Nós temos que lutar por uma cota maior, para a gente manter no período das secas a cota 762", disse Hiberaldo Henrique Silva, presidente da Alago, ao portal G1.
Já a cota máxima, que é 768 metros acima do nível do mar, foi atingida pela última vez em março de 2011 - há nove anos. Desde então, o nível oscila porque Furnas Centrais Elétricas passou a abrir, com maior frequência, as comportas da barragem para liberar água para outros reservatórios.
Em dezembro de 2012, o lago chegou a mudar a paisagem com nível bem abaixo da cota 762. Em 2016, a água voltou a subir e em julho, o lago chegou aos 765 metros. Mas tem sido frequente o baixo volume de água. De acordo com informação publicada pelo portal G1 e confirmada pelo Alfenas Hoje, o lago não alcançava a cota mínima desde 9 de outubro de 2016.
Apesar do nível da água chegar a cota mínima, o setor do turismo foi fortemente atingido pela pandemia do coronavírus e não poderá explorar o potencial do Lago nos próximos meses. A atividade econômica seguirá em baixa.
Nos últimos meses uma grande mobilização foi realizada na luta pela cota 762. Em março, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais chegou a aprovar uma proposta de emenda constitucional para tombar a Bacia Hidrográfica do Rio Grande e o Lago de Furnas. No mesmo mês, uma audiência no Senado também discutiu o nível do lago.
A justificativa dada por Furnas foi que, com o nível mais alto, o custo de operações subiria. Outro argumento é que o Lago de Furnas abastece outras oito hidrelétricas e contribui para a navegação da Hidrovia Tietê-Paraná.
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